A apresentação no concelho caldense decorreu no Mercado do Peixe e juntou o CEO dos CTT, João Bento, com o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira

CTT Comércio Local é o nome da aplicação informática que os CTT lançaram recentemente para permitir que as empresas do comércio local possam vender on-line. A plataforma foi lançada nas Caldas, no dia 31 de Julho, no Mercado do Peixe. A Câmara é parceira dos CTT nesta iniciativa, tendo subsidiado a inscrição das empresas locais na plataforma. No concelho caldense já aderiram cerca de uma dezena de comerciantes, mas o objectivo da autarquia é que esse número aumente e chegue, pelo menos, a uma centena

Em tempos de pandemia, os CTT criaram uma plataforma que permite ao comércio local vender os seus produtos on-line. Intitulada CTT Comércio Local, a app foi lançada nas Caldas na manhã de 31 de Julho, no Mercado do Peixe. A plataforma, que já está disponível, permite aos comerciantes venderem para qualquer parte do país, mas simultaneamente irá possibilitar aos caldenses o acesso a produtos de qualquer parte do território nacional. Nas Caldas, à data da apresentação, já tinham aderido ou estavam em processo de adesão uma dezena de empresas. “O objectivo é chegar, pelo menos, a uma centena”, revelou o presidente da Câmara, Fernando Tinta Ferreira. A autarquia é parceira neste projecto, contratando aos CTT a presença dos comerciantes na plataforma.
João Bento, CEO dos CTT, salientou que “um dos aspectos mais importantes no comércio on-line é a componente logística”, fazendo notar que a plataforma assegura a questão dos pagamentos, de facturação e devoluções, mas também a questão das entregas. Os CTT têm “uma oferta de entrega de produtos perecíveis, com equipamento próprio, com viaturas próprias e embalagens próprias”, assegurou. Outra questão fundamental é o pagamento aos comerciantes: “Era muito importante assegurar que o pagamento chega diariamente aos comerciantes de bens alimentares e bens não perecíveis”. Já relativamente a produtos susceptíveis de devolução, o pagamento é atrasado uns dias. A app permite a compra e o levantamento na loja, mas também a entrega em casa (mediante o pagamento de uma taxa).
“Acredito que em breve teremos milhares de comerciantes nesta plataforma”, vaticinou João Bento, que explicou ainda que esta é apenas uma das soluções de comércio online que os CTT lançaram.
A app vem “atender à camada mais pulverizada e mais importante da nossa economia, que são os pequenos comerciantes e produtores”, mas o marketplace lançado em parceria com a Sonae foi reforçado com 300 trabalhadores durante o confinamento e o projecto das Lojas Online já conta com 1079 pequenas e médias empresas registadas com novas lojas online desde o início do confinamento.
O presidente da Câmara das Caldas fez notar que cerca de 60% da actividade económica do concelho provém do comércio e serviços. O autarca considerou que nesta fase, em que existe uma menor predisposição das pessoas para visitar espaços públicos e consumir em estabelecimentos comerciais, estas plataformas ganham especial importância. Tinta Ferreira considerou essencial criar condições ao tecido comercial para continuar a vender, mesmo sem visitas presenciais.

ATRASOS NA ENTREGA DOS JORNAIS

Questionado pela Gazeta das Caldas relativamente aos atrasos na distribuição da imprensa local, João Bento atribuiu a culpa à pandemia. O CEO dos CTT lembrou que a empresa nunca parou e que se deparou com vários constragimentos, nomeadamente “um quadro em que com frequência apareciam pessoas infectadas, havia equipas inteiras a serem mandadas para casa, havia instalações a terem de encerrar”. O mecanismo encontrado pelos CTT passou por “ter equipas de substituição para fazer a gestão quer das férias, quer das quarentenas preventivas. Estivemos a trabalhar com muito menos gente e muito menos operacionalidade”, afirmou, admitindo que “isto induziu, obviamente, a problemas de qualidade”. Esses problemas “foram o custo para continuar a operar sem descontinuidades”, afirmou, garantindo, ainda assim, que “esse processo tem vindo a ser normalizado”. “Creio que os problemas com a distribuição de imprensa local estão, genericamente, ultrapassados”, disse.
O responsável esclareceu que os CTT contrataram desde o início da pandemia cerca de mil pessoas, sendo que cerca de 800 se dedicavam à área do correio.
Os CTT empregam entre 12 mil e 12500 pessoas e têm uma actividade “sazonal”. Durante o Verão regista-se uma queda na procura dos serviços dos CTT, que atingem o pico durante, por exemplo, o Natal ou a Black Friday.
João Bento revelou também que dentro de dias será criado mais um posto dos CTT nas Caldas, no Intermarché, passando o concelho a dispôr de 14 postos (uma estação e 13 postos de correios).