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No início do Verão, o vereador do CDS/PP Rui Gonçalves criticou a forma como a Câmara das Caldas financia as festas no areal da Foz do Arelho, gastando um total de 59 mil euros (44 mil atribuídos à associação do Centro da Juventude e 15 mil euros à empresa que organizou o Seven On The Road). Agora que o Verão chega ao fim – e independentemente do impacto positivo que estas festas tiveram no concelho – Rui Gonçalves mantém a sua posição, defendendo até que as Festas Branca e Remember Old Times deveriam ser pagas à entrada.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira diz que as críticas do vereador (que é também candidato à Câmara) são uma “tentativa lamentável” de obter votos na campanha eleitoral.
Em Julho deste ano, Rui Gonçalves tinha-se pronunciado sobre o apoio monetário que o município dá ao Centro da Juventude para a realização das Festas Branca e Remember Old Times, na Foz do Arelho. São ao todo 44 mil euros, além dos 30 mil euros com os quais a autarquia também apoiou eventos realizados por empresas privadas: o Caldas Summer Sessions em Salir do Porto, e o Seven On The Road na praia da Foz.
Num comunicado que emitiu há dois meses, Rui Gonçalves afirmava que discordava da atribuição destes subsídios, acusando a Câmara de ser irresponsável na forma como “esbanjou estes recursos”.
Contactado pela Gazeta das Caldas, o presidente Tinta Ferreira disse que as declarações do candidato Rui Gonçalves, foram “lamentáveis e uma tentativa de inventar notícias negativas sobre a Câmara para iludir os mais desatentos e obter eventuais dividendos eleitorais”. Tinta Ferreira acrescentou também que os 15 mil euros atribuídos a cada uma das empresas não se trataram de subsídios, mas sim de contratos de prestação de serviços de divulgação publicitária da região das Caldas.
No caso do evento Seven On The Road, por exemplo, isto significa que a Câmara disponibilizou o recinto, contratou os artistas, prestou apoio logístico e forneceu água e energia eléctrica. Ficou também encarregue de divulgar a iniciativa nos órgãos de comunicação locais e pôde convidar agentes sócio-económicos do concelho (incluindo bares) a estarem presentes.
Em contrapartida, os funcionários da Câmara, Juntas de Freguesia e empresas municipais tiveram direito a entradas grátis no primeiro dia do Seven On The Road e acesso ao espaço VIP no recinto.
ENTRADAS DEVEM SER PAGAS
Com o Verão encerrado e as festas terminadas, Rui Gonçalves mantém a sua posição independentemente do impacto que estes eventos tiveram na região. E diz que relativamente aos contratos de prestação de serviços, embora juridicamente tenham esta denominação, “são na prática subsídios como outros quaisquer”, acrescentando que nunca defendeu que a animação nocturna no concelho não era importante. “Não é essa questão, a animação é necessária e deve existir, mas não deve ser subsidiada pelo município, para além do eventual apoio logístico”, afirmou, discordando do facto de as Festas Branca e Remember Old Times terem entradas gratuitas.
“Deviam ser pagas, não como forma de obtenção de lucro, mas como via para a sua sustentabilidade. O tempo dos municípios alimentarem este tipo de diversão já passou, hoje os investimentos devem ser feitos na área do desenvolvimento económico”, defendeu o centrista, que também disse que em última instância este tipo de animação subsidiada pode ser vista como uma forma de concorrência desleal às empresas que durante todo o ano mantêm viva a noite na Foz do Arelho.
Tal como essas empresas não recebem apoios camarários, também as que organizaram os eventos privados na Foz não devem receber, diz Rui Gonçalves, acrescentando que “a empresa cobra entradas e muito bem, deve pagar as suas despesas e arrecadar lucro, mas que a Câmara não tem que gastar 15 mil euros nem nenhum valor”. Para o candidato, este dinheiro foi gasto em opções erradas que não reflectem as políticas de um município moderno.
