É uma feliz coincidência que quando se perfazem 500 anos do Compromisso da Rainha, o Hospital Termal (e parte da sua área envolvente) fique a um passo de ser classificado como monumento nacional pelo Estado português.
O edifício que representa a génese das Caldas da Rainha, em torno do qual se fundou uma terra que viria a ser cidade e que determinou grande parte do seu crescimento, dando-lhe também identidade e prestígio, é um símbolo poderoso que Zé Povinho aqui gostaria de relevar.
Numa altura em que se discute – quantas vezes de ânimo leve – o futuro do Hospital Termal, num momento particularmente difícil da história do país (e do próprio Hospital que está mais uma vez fechado por motivos bacteriológicos)f, esta classificação anunciada simboliza que o passado também tem uma palavra a dizer na construção desse futuro.
É pacífico entre os especialistas do património que o mais difícil deste processo já está feito e que é expectável que o Hospital e o Parque D. Carlos I e sua área envolvente venham, de facto, a ser classificados. Só falta agora que a Mata não fique de fora, coisa que só pode ser evitada se os caldenses se interessarem, exercendo a sua cidadania e propondo que a classificação abranja também aquele importante património histórico-natural.
Zé Povinho entende que só assim o Hospital Termal estará no epicentro deste alargado monumento nacional que muito deverá honrar as Caldas da Rainha, acrescentando-lhe valor e protegendo-o de devaneios menos respeitadores da sua identidade.
Zé Povinho acha inexplicável como funcionários subalternos (por muito que estejam nos topos das carreiras internas) das organizações como o Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, se arrogam no direito, em nome dessas organizações, de imporem programas de reajustamento económico de uma dureza incomensurável, que pode destruir países.
Não parece crível que estes actuem à margem das directivas que são dadas pelos responsáveis por aquelas organizações, respectivamente a ex-ministra francesa das Finanças Christine Lagarde, o ex-primeiro-ministro português, Durão Barroso e o ex-governador do Banco de Itália, Mário Draghi.
Os altos funcionários que vêm a Lisboa massacrar os portugueses não têm nenhum mandato celestial que lhes dê o direito de autonomamente exigirem decisões que estão a destruir um país, apenas invocando princípios e regras de uma putativa teoria económica e financeira, que pelos vistos não vai dar certa.
Eles pertencem a organizações em que Portugal é parte. E por muito que o país tenha cometido erros (muitas vezes incentivado e protegido por outros responsáveis das mesmas organizações) não há o direito de o tratar como pária ou pedinte.
Zé Povinho acha que na vida comum dos cidadãos ser-se devedor de um banco ou outra entidade não dá a estes o direito de o tratar como delinquente ou foragido, que é o que parece ser o tratamento de que Portugal está a ser alvo. Ainda para mais com a aprovação interna de alguns responsáveis governamentais.
Portugal e os seus representantes deveriam assumir a sua voz responsável e falar de igual para igual com estes credores, que afinal são representantes de organizações em que se é sócio e participante.
O facto de líderes internacionais, como Barroso, Draghi e Lagarde mais quererem parecer que os assuntos lhe passam ao lado e não são da sua responsabilidade, deixando aos seus subordinados a utilização de toda a espécie de instrumentos de tortura (económica e financeira), não pode ser aceite.
Eles terão de assumir as suas altas responsabilidades e não podem continuar a fazer declarações positivas em relação à resolução dos problemas da Europa no seu conjunto, e ignorarem olimpicamente as crises com que cada país se debate.
Zé Povinho não ignora a atitude daquelas três figuras, uma das quais até de origem portuguesa, e acha que os responsáveis máximos de Portugal, como dos outros países intervencionados, se deviam unir para os enfrentar nos vários palcos internacionais onde têm assento.