Precauções a ter com os animais de companhia

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À medida que a pandemia de Covid-19 se alastra e se vão conhecendo mais em pormenor as características do vírus que a provoca, adensam-se as dúvidas em relação ao comportamento e cautelas a ter com os animais de estimação. As dúvidas são, nesta altura, mais do que as certezas, mas as precauções e um comportamento preventivo minimizam riscos.

ANIMAIS TRANSMITEM?

Se numa fase inicial foi descartada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a transmissão entre animais de estimação e humanos, nesta fase essa certeza dissipou-se com o teste positivo feito ao cão de um doente em Hong Kong que recuperou da doença. O animal, um Spitz Alemão de 17 anos, não acusava sintomas, mas os testes que lhe foram realizados acusaram presença fraca de material genético do vírus. Foi colocado em quarentena e voltou a casa depois de novas análises terem indicado que estava livre do vírus. No entanto, acabou por falecer, não estando comprovada a causa da morte, anunciou na madrugada de quarta-feira o South China Morning Post.
Apesar de continuar a ser pouco provável a transmissão entre humanos e animais, há precauções a ter. A OMS recomenda que não se beije os animais. É que, mesmo que estes não transmitam a doença directamente, podem ser agente de transmissão do vírus pode caso uma pessoa infectada tenha tossido perto do animal, ou feito festas com as mãos infectadas.
As organizações de saúde também advertem que doentes infectados com o vírus não devem, de forma alguma, abandonar animais de estimação, até porque isso aumenta o risco de disseminação do vírus.
Quando possível, as pessoas que estão doentes ou sob atendimento médico pelo COVID-19 devem evitar contacto próximo com seus animais de estimação e ter outro membro do agregado familiar a cuidar dos animais. Caso tenham que ser os próprios a cuidar, devem manter boas práticas de higiene e usar uma máscara facial, se possível.

CUIDADOS A TER

Até esta altura não estão proibidos os passeios, mas, mais uma vez, o comportamento preventivo é a melhor resposta. Os animais precisam de se exercitar e de satisfazer as suas necessidades fisiológicas. Quem possui espaço exterior, como quintal, deve evitar saídas ao espaço público. Quem não tem, deve evitar interacção com outras pessoas e animais, recomenda a Organização Mundial da Saúde Animal.
Ao manusear e cuidar de animais, devem sempre ser implementadas medidas básicas de higiene. Isso inclui lavar as mãos antes e depois de andar ou manusear animais, alimentos ou fezes, além de evitar beijos, lambidas ou compartilhar alimentos.

 

Sector da saúde animal está a monitorizar Covid-19

A APIFVET garante que, em Portugal, até ao momento não há informações sobre a rotura de medicamentos veterinários e adianta ainda que a Animal Health Europe (AHE), da qual é membro, está a monitorizar activamente a situação do COVID-19 e os seus possíveis impactos na medicina veterinária. Além disso, a entidade europeia reforçou em nota deixada no seu site que “a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) confirma que a propagação atual do COVID-19 é resultado da transmissão de humano para humano” e ainda que “a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) também confirmou que atualmente não há evidências de que os alimentos sejam uma provável fonte ou via de transmissão do vírus”.