Carlos Bonifácio viu o seu projecto final do mestrado em Cinema em Inglaterra ser distinguido como o melhor do seu ano. O jovem pretende dedicar-se em exclusivo à sétima arte
A curta-metragem tem 13 minutos e aborda uma temática comum a todos nós: “a nossa falta ou excesso de autoconhecimento”. No filme, há uma bailarina que se prepara para o seu primeiro grande espectáculo e, durante o último ensaio, é confrontada com as suas próprias inseguranças. O autor contou que trabalhou com liberdade criativa total neste projecto, que desenvolveu em 11 meses: sete para pesquisa e quatro para o guião, filmagens e edição.
“Foi um projecto 100% independente”, assumiu o alcobacense, acrescentando que cada estudante teve de produzir, realizar e editar sem apoios externos. “Foi desafiante, porque o orçamento foi pouco mais de 20 libras e porque é difícil movimentar material pesado, sem acesso a carros ou uma equipa mais substancial”, disse.
Carlos Bonifácio trabalhou com mais quatro colegas de curso durante as filmagens e sozinho na fase de pós-produção. O autor quer trabalhar na indústria do cinema, mas, para já, não tem pressa. Pretende adquirir experiência prática no campo audiovisual e continuar a desenvolver a capacidade de escrita em guionismo.
O filme pode ser visto no You Tube (youtu.be/YeRNe6Ms-Bc), pois, apesar de ter sido submetido a festivais nacionais e internacionais, estes foram cancelados ou adiados. Carlos Bonifácio quer, por agora, permanecer no Reino Unido, mas diz que é forte a sua ligação a Alcobaça. “A forma de viver e os costumes são realmente só nossos e isso trago comigo para onde for. Já não vou a Portugal desde o Natal, mas tenho conseguido ir com frequência, apesar de ficar cada vez menos tempo”, disse o autor, que gostaria de filmar em S. Martinho e no Mosteiro de Alcobaça que, “nunca foi realmente explorado em cinema ou televisão”.