Aquele Malfeitor é um alfarrabista que se dedica à venda dos livros online

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O caldense Guilherme José vende livros e merchadising da marca e sobre o universo literário nas redes sociais
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É nas redes sociais que Guilherme José vende livros em segunda mão. O jovem de 26 anos também se dedica ao merchadising e o negócio online corre de vento em popa

Desde o final de 2019 que Guilherme José se dedica ao seu negócio de alfarrabista pela internet. A venda de livros em segunda mão tem vindo a crescer, sobretudo desde o primeiro confinamento obrigatório, altura em que fecharam as livrarias. Neste momento em que se vive um segundo confinamento, o caldense, de 26 anos, já conta com 5500 seguidores na rede social Instagram.

A procura pelos livros passa por uma minuciosa pesquisa por exemplares interessantes em mercados, feiras e também em bibliotecas privadas

O alfarrabista, que estuda Som e Imagem na ESAD, mas que resolveu fazer uma pausa nos estudos, divide os livros que possui entre o lugar onde mora nas Caldas e a casa da mãe, na Foz do Arelho. A dada altura, os exemplares que comercializa “deixaram de caber no sítio onde vivo”, disse Guilherme José, responsável pela marca “Aquele Malfeitor”, explicando que se apresenta de uma forma diferente “ao mercado mainstream que visa transformar os livros em simples mercadoria”. O caldense valoriza cada uma das obras que coloca online, dando particular destaque a edições esgotadas, assim como a autores e a editoras que “se apagaram da memória”. Até porque prefere trabalhar sozinho e em contra-cultura à forma como se comercializa o livro nas grandes superfícies. Todos os meses, este responsável pretende destacar autores como Baudelaire, o escritor francês “maldito” e, em breve, será a vez de salientar a obra de Kafka. O caldense, que diz que é o mais jovem da região a dedicar-se ao alfarrabismo, prática que “para muitas multidões é considerada como “anacrónica”. Guilherme José é ainda “um leitor obsessivo” que se interessa pelas obras de Antero de Quental, António Lobo Antunes e de Fernando Pessoa. Deste último, destaca a vertente mais secreta e esotérica.
“A maioria dos autores que promovo foram marginalizados”, referiu Guilherme José, acrescentando que é madrugador e faz pesquisas minuciosas em feiras e mercados para poder adquirir obras “que escapam aos olhares das outras pessoas”. Além dos livros, “Aquele Malfeitor” também vende merchandising (totebags e posters) relacionados com a marca e com o universo literário. Trabalha por isso com artistas na produção destes bens, ligados ao design e à ilustração. Em média, os livros custam entre os 5 e os 6 euros, pois tem em conta que a maioria dos leitores são jovens estudantes. Outros livros são mais caros, consoante a raridade. O caldense entrega em mãos ou faz chegar os livros aos clientes pelos CTT. ■

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