Josefine Winkler tem 22 anos, mas soma já dezenas de participações no cinema, televisão e teatro. Protagoniza um filme a ser gravado na Grécia
Josefine Winkler tem apenas 22 anos, mas conta já com um currículo vasto e internacional, numa área conhecida pelo seu elevado grau de competição, a da representação. É das Caldas da Rainha, filha de mãe portuguesa e pai alemão, licenciou-se em Teatro na ESAD e tem somado participações na televisão e no cinema, tendo estado, recentemente, em gravações na Alemanha, depois de, no final do ano passado, ter tido um papel de destaque numa longa-metragem portuguesa gravada em Arcos de Valdevez. Agora está na Grécia a preparar-se para filmar uma longa em inglês, na qual é protagonista.
A paixão pela representação tem-na acompanhado desde a infância, em que a ausência de televisão em casa criava a necessidade de inventar ocupações, que facilmente encontrava, tal a sua criatividade e a sua inclinação natural para as artes, especialmente as performativas, a escrita e a música. A primeira professora de teatro foi Inês Fouto, amiga da mãe, com quem começou a ter aulas aos 13 anos. Em 2017, surgiu o cinema, que estudou, no CCC, com Pedro Velho, licenciado pela ESAD. E nesse mesmo ano participou, pela primeira vez, num projeto em frente às câmaras, uma curta-metragem que passou por diversos festivais na República Checa. “Foi quando eu me apercebi que gostava mesmo de trabalhar com a câmara. Gosto muito do facto dela conseguir captar coisas que nós próprios, às vezes, não precisamos de tentar transparecer, basta sentir, estar dentro da personagem”, contou a atriz. Josefine fala seis línguas e toca diversos instrumentos, como o piano e a guitarra, fruto de 11 anos a estudar música.
Aos 19 anos estreou-se no trabalho em televisão, com a série da RTP1, A Rainha e a Bastarda, de Sérgio Graciano, na qual desempenhava o papel de D. Isabel de Aragão com 11 anos. “Sempre me disseram que eu tinha um ar de mais nova, o que é bom porque muitas vezes procuram atores mais velhos do que a personagem, porque já têm mais experiência e mais maturidade e também podem trabalhar mais horas”, explicou. A jovem atriz destacou o trabalho da maquilhagem, cabelos e guarda-roupa, que a ajudam igualmente a atingir o seu potencial. “Com aquele pano da Santa Isabel, de facto, parecia muito mais nova”, salientou.
Seguiu-se Da Mood, do mesmo realizador, em que interpretou uma fã obcecada, e pouco depois o Crime do Padre Amaro, de Leonel Vieira, em que fez de Joaninha, uma prostituta. Josefine prima pela versatilidade, afirmando que tem realizado sobretudo papéis dramáticos, mas também gosta de uma boa comédia, como aquela em que vai participar na Grécia, e que estará a gravar até outubro.
As causas sociais são-lhe também muito caras, tendo, aliás, liderado a organização da primeira greve climática estudantil das Caldas, em 2019. Por esse motivo aceitou o convite que lhe foi lançado através de uma plataforma para atores, produtores e diretores de casting, para apresentar uma série de vídeos acerca do ambiente que será transmitida nas escolas alemãs.
Atualmente, realiza cerca de três a quatro castings por semana, através da agência ou das plataformas referidas, como a inglesa Spotlight ou a Backstage, tendo ainda participado pelo segundo ano consecutivo num encontro exclusivo, em Portugal, com diretores de casting internacionais, o Passaporte.
Josefine afirma que, para si, “foi fácil entrar no cinema e na televisão e entrar numa das melhores agências em Portugal”, a Hit Management. “Eu e o João Louro [o agente] encontrámo-nos por acaso, no Instagram, que é o networking dos atores”, contou. Porém, afirma que “não acredita em sorte”, antes em “estar aberta às oportunidades” e nos frutos de “trabalhar muito, e com consistência, sem grandes expectativas de receber logo algo em retorno. É preciso mesmo querer aprender por aprender”, explicou. Por esse motivo, na faculdade, envolveu-se no máximo de projetos, nomeadamente curtas-metragens, procurando, também, “desenrascar” nas restantes tarefas inerentes à produção e realização e aproveitando, atualmente, os tempos livres para continuar a apostar na formação.
Agora, o desafio passa por encontrar uma agência na Alemanha que lhe permita entrar na indústria cinematográfica do país, mantendo o vínculo com Portugal e continuando a agarrar todas as oportunidades que surjam, garantindo que, “mais tarde, também vou querer criar os meus projetos de raiz”, rematou. ■