Aves ibéricas em exposição no Café-Concerto do CCC

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José Diogo (à esquerda) descobriu há cinco anos a paixão pela fotografia | Beatriz Raposo
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São 17 as fotografias que estão em exposição no Café-Concerto do CCC até ao próximo dia 23 de Outubro. A lente é de José Diogo, médico no Centro de Saúde das Caldas e voluntário da AMI em missões humanitárias desde 1991.
“Aves Ibéricas” foi inaugurada no dia 23 de Setembro e incluiu o lançamento de um livro editado pela Mindaffair que reúne as 140 melhores fotografias de aves ibéricas deste autor.

“Este projecto nasceu há cinco anos, como uma brincadeira entre amigos que já se dedicavam à fotografia. Como as aves são seres extraordinários, não demorou muito até que fotografá-las se tornasse um vício”, explicou José Diogo, que só no primeiro Verão em que se dedicou à fotografia percorreu mais de 8000 quilómetros por todo o país. “Hoje em dia já tenho experiência adquirida e sei como é possível fazer melhor poupando nos quilómetros”, acrescentou.
O retrato da avifauna ibérica exigiu-lhe, principalmente ao início, muitas horas de trabalho de campo e de pesquisa sobre as espécies de aves. José Diogo descreve este processo como uma “aprendizagem que é inevitável, não só ao nível da identificação das aves como das técnicas de fotografia, porque é preciso saber qual é o melhor ângulo e a melhor luz para captar uma imagem”.
Na opinião do autor, o tempo de espera é a pedra-de-toque neste tipo de fotografia, sendo ilusório pensar que assim que os fotógrafos chegam aos locais conseguem encontrar as condições ideais para pôr a câmara a disparar e que passados poucos minutos estão prontos para ir embora. “Normalmente precisamos de um dia inteiro”, disse José Diogo, salientando que muitas vezes é necessário camuflarem-se na paisagem para que as aves não detectem a presença humana. Mais em Espanha do que em Portugal, já existe quem faça do aluguer de abrigos de aves um negócio. Para os fotógrafos a principal vantagem é que já têm uma ideia das espécies que podem encontrar em cada abrigo, com a mais valia que possuem condições de trabalho semelhantes às de um estúdio.
As fotografias da coruja (imagem de capa do catálogo) e da águia imperial ibérica são os dois trabalhos que José Diogo destaca como os mais marcantes. O primeiro porque a coruja é uma ave nocturna muito difícil de apanhar, o segundo porque esta espécie de águia é raríssima em Portugal, onde só existem 12 casais registados.
Sobre o Oeste, José Diogo diz que foi nesta região que começou a dar os primeiros passos na fotografia de natureza e realça que a Lagoa de Óbidos tem sido o seu principal ponto de paragem quando tem tempo para se dedicar à máquina fotográfica. “É uma pena que não se dê o ênfase devido aos recursos naturais que nós temos no Oeste, até porque esta é uma zona de passagem para muitas aves que vêm do Norte da Europa para passar o Inverno em África”, afirmou o autor, dando o exemplo da águia-pesqueira que não nidifica no Oeste, mas que no Outono e na Primavera passa por aqui.

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