Bem-Estar de Paula Clemente enriquece colecção das termas

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Gazeta das Caldas
Bem-Estar é como se designa a peça da ceramista caldense, que tem o seu atelier nas Gaeiras | Natacha Narciso
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Bem-Estar é como se designa a terceira peça da colecção da Gazeta das Caldas, dedicada às termas locais. A peça é da autoria de Paula Clemente, ceramista que é filha e irmã de quem também trabalhou e trabalha no barro. A autora, que viveu durante alguns anos na Suíça regressou às Caldas em 2006 e tem o seu próprio atelier nas Gaeiras.

Paula Clemente é caldense, nasceu em 1966 e desde miúda que se dedica à cerâmica. Os primeiros passos foram dados na oficina do pai, Euclides Rebelo. A artista, antes de ter obtido a sua formação no Cencal, fez a sua primeira exposição quando tinha apenas 15 anos. A mostra, que marcou a sua estreia, teve lugar no antigo Posto de Turismo e integrava 50 esculturas cerâmicas.

Hoje possui o seu próprio espaço nas Gaeiras dado que há nove anos transformou um antigo lagar em oficina cerâmica. Assim foi no concelho vizinho que foi criada “Bem-Estar”, a peça que se inspira na experiência da autora que em pequena fez tratamentos no Hospital Termal, incluindo idas à piscina.
Trata-se de uma peça única, feita à mão em que os escorridos são sempre diferentes.
Há uma particularidade em relação à maneira como Paula Clemente “tira” as formas das suas peças. Avessa ao gesso, prefere obter a base das obras usando bases naturais, isto é, utiliza grandes pedras, achadas à beira-mar, para dar a feição inicial às suas peças contemporâneas. Também as bolas de vários desportos são usadas para que as peças fiquem com o formato que a autora pretende.
Taças, jarras de vários tamanhos, feitas à lastra, são depois decoradas pela artista e cozidas no forno eléctrico que possui no seu atelier. Posteriormente as obras são comercializadas para lojas de todo o país. A ceramista vende peças em espaços comerciais do Porto, Coimbra, Cascais, Sintra, Lisboa, Óbidos e também no Algarve (Estoi e Vilamoura).
“Há dias em que é complicado dar resposta a tantas encomendas”, disse a autora que depois do jantar, em sua casa, ainda faz mais umas horas de trabalho, dando adianto à produção das peças mais pequenas como as sardinhas.
“Neste momento vende-se muito bem na grande Lisboa”, contou a autora que adaptou o trabalho das termas da sua terra natal à sua linha de trabalho, tendo colocado a água termal numa taça decorada com vidrados coloridos, técnica a que recorre há anos nas suas criações. A peça para a Gazeta das Caldas é feita em faiança branca.
A autora até gostaria de dar workshops no seu Lagar d’Artes mas para já as encomendas não lhe deixam tempo livre. “Estamos a tirar bom proveito do boom turístico que estamos a viver no país”, disse a ceramista que já tinha sido convidada a participar na primeira colecção de cerâmica promovida por este semanário. Para este segundo desafio, a autora respondeu com uma obra onde se “encontra representada a água curativa que é a génese das termas caldenses”, disse.
Bem-Estar é a terceira peça da segunda colecção de cerâmica, lançada pela Gazeta das Caldas, sob a temática das Termas das Caldas. Custa 30 euros para os assinantes do jornal e 35 euros para o público em geral.

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