Caldense co-fundou um estúdio em Lisboa dedicado à ilustração e às técnicas de impressão
Desde que se conhece, Sabina Louro sempre adorou desenhar. “Comecei como todas as crianças, mas nunca deixei de o fazer”, contou a ilustradora, de 25 anos, mais conhecida por Bina Tangerina, nome carinhoso que ganhou na infância e dá nome ao seu alter ego profissional.
E se desenhar sempre foi o seu passatempo favorito, as disciplinas que envolvessem expressão plástica eram as que mais apreciava. Escolheu Artes Visuais, na Escola Secundária Raul Proença, e acabou por seguir para o curso de Artes Plásticas na ESAD, formação que lhe permitiu dar largas à imaginação, desenhando, pintando e experimentando técnicas de impressão.
Na escola de artes teve “muito espaço para explorar novas técnicas e materiais”, prática que ainda hoje faz parte do que desenvolve no trabalho de ilustração, conta a caldense, que é a co-fundadora do Estúdio Mago, um espaço dedicado à ilustração e também às técnicas de impressão que fica em Lisboa, para onde a caldense se mudou, terminada a formação na sua terra natal.
O Mago Studio é um projeto de impressão e ilustração que a autora criou com Marcos Martos, também ele ilustrador e com quem partilha “uma grande paixão por técnicas de impressão”, conta.
A ideia de criar o estúdio surgiu em 2019, mas só em março de 2020 é que os dois ilustradores lançaram o projeto.
Neste estúdio organizam-se ainda workshops mensais de ilustração e de risografia, além de exposições coletivas, onde Bina Tangerina também participa.
“Para além de imprimirmos trabalho nosso e de outros artistas e ilustradores, queremos partilhar o nosso conhecimento em risografia”, disse a caldense, satisfeita por terem apostado na organização de uma série de exposições coletivas intituladas “Surroundings”. Para estas mostras são convidados ilustradores que exploram este temática, recorrendo à técnica de risografia que experimentam na Mago.
A natureza é uma das grandes inspirações de Sabina Louro. “Gosto muito de desenhar sobre a natureza, é fácil deixar-me inspirar por ela e usar os seus elementos quando desenho”, contou a autora, que concorda que o seu trabalho de ilustração “não sendo abstrato” tem alguns traços figurativos. “Não é fácil caracterizar o nosso próprio trabalho”, assume.
Bina Tangerina interessa-se mais explorar uma técnica ou a plasticidade de um material e recorre a elementos da natureza para esta experimentação.
A ilustradora tem sempre vários projetos em mãos. Recentemente esteve a ilustrar todo o número de outono da “Dois Pontos”, uma revista para crianças com idades entres os 7 aos 11 anos. Esta edição foi apresentada em novembro, em Braga.
“Neste momento estamos a promover a revista com workshops e conversas”, contou a caldense, que participa em sessões em livrarias de Norte a Sul do país para promover este tipo de publicações. Também com aquela revista vai “ilustrar a montra da Fábrica Features”, contou a caldense.
Bina Tangerina é, ainda, uma das ilustradoras que faz parte da exposição coletiva Uivo, que pode ser apreciada nas Galerias do Fórum da Maia durante o mês de dezembro.
Por causa da pandemia, tem vindo com muito menos regularidade visitar a sua família e amigos. No entanto, gosta muito da sua terra natal, onde chegou a dar a conhecer o seu trabalho em exposições coletivas como as que fazem parte da MAGA – Mostra de Artes Visuais, organizada pelo Atelier Arte e Expressão.
Apesar de agora estar mais por Lisboa, devido aos seus compromissos profissionais, garante que é fã da cidade termal e contou à Gazeta das Caldas que a zona favorita da cidade é a mais antiga, aquele que engloba o Parque D. Carlos I, o Museu do Hospital e o bairro do Largo João de Deus, um dos primeiros a surgir nesta localidade. “Gosto de passear nessa zona”, contou a ilustradora, que, um dia, adorava poder voltar a expor o seu trabalho nas Caldas.
E o local onde gostaria de apresentar as suas ilustrações seria nos Pavilhões do Parque, que, apesar de muito degradados, estão, sem surpresa, no top da lista dos favoritos da sua terra natal.