Uma dúzia de aguarelistas, portugueses, espanhóis, franceses e belgas, esteve nas Caldas, entre os dias 1 e 12 de Agosto para pintar a cidade em residência artística. Trata-se do segundo Encontro Internacional de Aguarelistas que lhes permitiu realizar aguarelas pelas ruas da cidade e na lagoa de Óbidos, para captar e reinterpretar a sua identidade.
“Gostaram muito de pintar a zona histórica, ficaram encantados com a praça da Fruta, Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, Parque e Lagoa de Óbidos”, afirmou organizador do encontro, António Bartolo, destacando também que os participantes estão encantados com Portugal, com a forma como são acolhidos e também com a gastronomia.
O responsável destacou também as “excelentes” condições que encontrou no CCC, para os artistas trabalharem nas oficinas e também para expor os seus trabalhos. Nos 12 dias de residência produziram mais de uma centena de obras, algumas das quais foram logo vendidas aos caldenses entusiastas desta técnicas e as restantes levaram consigo. O CCC ficou com duas obras de cada autor para o seu acervo.
O encontro realiza-se nas Caldas pelo segundo ano, mas já tem tradição em Santa Cruz (Torres Vedras). O director do CCC, Carlos Mota, convidou o organizador a dinamizar o evento também nas Caldas e o balanço é positivo. António Bártolo diz que encontrou no centro cultural caldense as melhores condições para trabalharem e a cidade também tem muitos motivos de interesse. Para Paty Becker, que veio de Bordéus (França), os mercados, as pessoas e a animação que possibilitam estes espaços, são os seus motivos preferidos para pintar. Por isso não será de estranhar que entre as suas várias aguarelas estejam retratados os mercados do peixe e da fruta, lugares que gostou particularmente, e também algumas ruas da cidade.
“Caldas das Rainha é extraordinária, o ambiente, as pessoas, o centro cultural, tudo é excepcional. Fomos muito bem recebidos”, disse à Gazeta das Caldas.
Também Marimar Gonzalez esteve pela primeira vez nas Caldas da Rainha, mas já conhece a região, pois há dois anos participou num encontro semelhante em Torres Vedras. Residente em Bilbau, a aguarelista
considera a cidade “muito bonita e com uma luz especial para pintar”.
Marimar Gonzalez gostou sobretudo de pintar as casas, cujas cores permitem um contraste grande na aguarela, disse, enquanto terminava uma pintura onde os calceteiros colocavam calçada numa rua que está a sofrer obras da regeneração. A autora basca destacou ainda a produtividade destes dias. “Gosto de trabalhar rápido e a aguarela é muito útil para isso”, rematou.
Este encontro tem uma periodicidade bienal e a organização procura que não haja repetição nos participantes. “A ideia é continuar”, afirma António Bartolo, acrescentando que há bastantes interessados e, inclusive, artistas propostos para o próximo ano.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt