Carlos Oliveira é autor de Julho da colecção das termas da Gazeta das Caldas. A sua proposta é uma representação de Nossa Sra. do Pópulo e inspira-se numa obra de arte sacra do século XVII.
O escultor está a celebrar 40 anos de carreira e tem vários projectos em mãos, alguns dos quais de grande escala, que é a forma como mais gosta de trabalhar.
O artista do mês de Julho, Carlos Oliveira, autor da reprodução de N. Sra. do Pópulo, está a celebrar 40 anos de carreira. “A 18 de Julho de 1978 comecei a trabalhar, então com 14 anos, na oficina de Álvaro José Oliveira Mendes”, disse o autor, que está a preparar um programa de comemorações que só terminará em 2019. “Tenho uma equipa a trabalhar comigo, a recolher material sobre tudo o que fiz”, contou, explicando que tem algumas obras da fase inicial do seu trabalho e que tem apenas um desenho no diário gráfico.
As iniciativas terão lugar nas Caldas e incluem uma exposição colectiva e um sarau cultural que contará com a colaboração de artistas e músicos, amigos do autor.
Carlos Oliveira pertence à Associação David Melgueiro, que pretende dar a volta ao mundo em veleiro no próximo ano, numa acção de sensibilização para a protecção dos mares. Esta viagem será feita em colaboração com investigadores que estudam as problemáticas dos oceanos.
O caldense é um dos responsáveis pela tertúlia de artes desta associação, que além de envolver vários artistas plásticos, também inclui músicos como Rão Kyao e Eliana Costa.
“O grupo de autores vai acompanhar a viagem marítima, levando as nossas obras”, disse o artista, explicando que estas poderão ser vistas nos PALOP e em Macau, viajando em contentores para os portos onde o barco vai passar.
A trabalhar em vários projectos em simultâneo, Carlos Oliveira destaca um, em grande escala, que é um monumento privado para Torres Vedras em homenagem a José Luís Rufino, empresário e fundador dos desportos motorizados naquele concelho. A obra mede dois metros e meio de altura por cinco metros de comprimento.
O artista é também o autor da peça referente ao encontro dos antigos alunos da Escola Comercial e Industrial das Caldas e foi considerado em 2017 profissional do ano pelos rotários caldenses.
Carlos Oliveira foi convidado para executar a obra referente à primeira turma que frequentou o centro de formação Cencal, da qual fez parte. Em seguida passou pelas faianças Subtil, para onde entrou para a secção de moldes e chegou a responsável da direcção criativa. Em 1989 o artista saiu da fábrica e criou o seu espaço, dedicando-se ao design e aos moldes. Foi a partir de 2004 que Carlos Oliveira começou a trabalhar em peças de grande dimensão, com Augusto Cid. Em parceria fez monumentos para o Funchal (D. Carlos I da Áustria), para a Alemanha (Torso Feminino), Oeiras (Cavalos ao Vento) e Sagres (Infante D. Henrique). Desde então nunca mais cessou o trabalho monumental, com vários metros de altura e que pode se apreciado em várias localidades do país.
Sobre o desafio que lhe foi lançado pela Gazeta das Caldas, o autor diz que o tema “obrigou-me a sentir a minha terra, a sentir onde nasci”. Na sua opinião, “temos um património histórico e cultural fantásticos, importante para o turismo”, rematou o autor de Nossa Sra. do Pópulo, peça que está à venda por 30 euros para assinantes da Gazeta das Caldas e 35 euros para não assinantes.