Criar Cidade Termal “foi um desafio à imaginação” diz Vítor Lopes

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“Cidade Termal” é a proposta do ceramista Vítor Lopes que fecha a coleccção das Termas. O autor, que se inspirou no Hospital Termal e no facto das Caldas ser um centro de cerâmica, apreciou o desafio que lhe foi colocado pela Gazeta das Caldas. Criar esta peça fê-lo sair da sua zona de conforto pois as termas locais, não fazem parte dos temas habituais do seu trabalho.
Apesar da cerâmica ser uma actividade complementar à sua profissão de professor, Vítor Lopes dedica-se a criar peças em barro vermelho que vende para lojas de artesanato de todo o país.

 

Gazeta das Caldas
Elementos de uma das peças de Vítor Lopes que marcou presença na Exposição de Presépios das Gaeiras | D.R.

O ceramista Vítor Lopes apreciou ter sido desafiado pela Gazeta das Caldas a criar uma peça sobre o tema das termas locais. Diz mesmo que “foi um desafio à imaginação” pois permitiu-lhe explorar temas diferentes dos que habitualmente trabalha.
“Cidade Termal” foi criada em barro branco e contém elementos em barro vermelho. Foi cozida a 950°C e decorada com vidrados. Tem como elemento central o Hospital Termal, mas elogia também a água que escorre de uma peça de olaria, uma referência à tradição da cerâmica caldense.

O autor é professor de Geografia e vê a cerâmica como actividade complementar. No entanto, Vítor Lopes acha que esta forma de expressão o “descontrai e liberta”. E, claro, permite-lhe ter algum rendimento complementar à sua actividade profissional. A sua oficina de trabalho fica no Casal do Frade (Alvorninha) e o artista abre as portas a quem quiser contactar com o processo de criação na cerâmica.
É naquele espaço que se dedica a vários tipos de obras, desde máscaras, peixes, presépios, painéis e malandrices que são feitos conjugando o barro vermelho com o branco. Executa cada peça de forma manual, recorrendo à modelação e usando a técnica dos engobes na pintura. As peças são cozidas em monocozedura, em forno eléctrico, a cerca de 950°C. As suas criações destinam-se a lojas de artesanato de várias regiões desde o Algarve, Costa Alentejana, Grande Lisboa, Porto e Guimarães.
O seu trabalho cerâmico é também promovido em feiras de artesanato, dado que é membro da Associação de Artesãos das Caldas desde que esta foi criada nos anos 80. A feira de Vila do Conde, FIL em Lisboa e Fatacil de Lagoa, são as principais montras de artesanato português e são também locais onde se estabelecem contactos com vista à comercialização.
Vítor Lopes participa em exposições desde os anos 80 e marcou presença em eventos de artes plásticas na Festa do Avante e numa mostra de artesanato contemporâneo que teve lugar na Expo’98. Além de ter feito várias exposições de cerâmica nas Caldas, é presença habitual em exposições de presépios não só nas Gaeiras e em Óbidos, mas também em Vila do Conde e Alenquer.
“Cidade Termal” de Vítor Lopes custa 30 euros para assinantes da Gazeta das Caldas e 35 euros para o público em geral.