PARA CÁ VEM DE DILIGÊNCIA

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Um feliz acaso permitiu-me contactar com um livro com o título “A Mala-Posta em Portugal”, da autoria de Godofredo Ferreira (1958 – 2.ª Edição), com um capítulo dedicado à “Mala-Posta de Vila Nova às Caldas da Rainha”.
É esse texto que trago a estas páginas:
“Vinte e dois anos depois do fracasso da primeira carreira da mala-posta que existiu em Portugal – de Lisboa a Coimbra – explorada diretamente pelo Estado, propôs-se um particular, o súbito inglês Sir João Milley Doyle, tentar nova experiência, por sua conta, desta vez entre Vila-Nova e as Caldas da Rainha de tão afamadas termas.
Por decreto de 3 de Novembro de 1825, El-Rei D. João VI concede a Milley Doyle – ou a seus representantes – o privilégio, por espaço de 14 anos, da exploração de carruagens ou diligências, entre as duas citadas povoações, nas condições seguintes:
O concessionário obrigava-se, como retribuição do privilégio que se lhe concedia, a conduzir gratuitamente a mala do correio, até ao peso de duas arrobas, e a cobrar, em metal sonante, por cada arroba que excedesse aquele peso.
As diligências correriam seis vezes por semana, durante o período de 13 de Maio a 13 de Outubro, e três dias por semana nos restantes meses do ano.
A exploração deveria começar em 13 de Maio de 1826, e as horas da partida seriam reguladas segundo a conveniência e comodidade do público.
Malas de correio e passageiros gastariam três horas e meia no percurso do rio, de Lisboa a Vila-Nova-da-Rainha, e daqui às Caldas, em diligência, seis horas. O custo da jornada calculava-se em 800 réis para o barco a vapor e 5600 réis para a diligência, estando incluídas nestas quantia as gorjetas aos boleeiros, a escolta de cavalaria e o transporte de bagagem até meia arroba. Além deste peso, o viajante pagaria 10 réis por cada arrátel a mais.
O pessoal da empresa gozaria dos mesmos privilégios e isenções de que haviam disfrutado os empregados da anterior mala-posta do Estado de Lisboa a Coimbra.”
E mais não pudemos dizer, porque temos que ir receber os viajantes que estão a chegar na próxima diligência