Museus e ateliês abriram portas para receber os Dias da DOCA, entre 24 e 27 de novembro. Evento regressará em 2023.
Entre 23 e 27 de novembro, decorreram nas Caldas os Dias da DOCA, organizados pela Associação Design, Ofícios e Cultura (ADOC) e que colocaram a cidade “a mexer” em volta do design. Realizaram-se exposições, conversas, debates e muitos ateliês de autores e designers que abriram as suas portas para deixar o público experimentar técnicas artesanais. E prometem voltar no próximo ano, assevera a organização.
“Sentimos necessidade de concentrar as iniciativas durante mais dias”, disse Eneida Tavares da ADOC e da organização de um evento que teve “um ótimo retorno de quem participou”, dado que quase todos os workshops tiveram lotação esgotada.
A primeira iniciativa, a exposição Off Portugal – Novo Folclore, abriu portas ao público a 23 de novembro, no Museu de Cerâmica. Integrou as obras de nove autores e resultou de um programa de residências artísticas feitas em parceria entre a ADOC e o Cencal. “Quisémos perceber as novas abordagens que podem ser feitas à cerâmica tradicional das Caldas”, referiu a autora, explicando que as propostas podem ser vistas até março de 2023, no Palacete do Museu.
Do evento fizeram parte várias conversas que tiveram lugar na sede da DOCA nos Silos.
Houve partilhas sobre “Design, Ofícios, Continuidade e Futuro”, com Ana e Sara Mateus (da António HandemadeStory) e Nuno Henriques (Toino Abel), que se dedicam à produção de malas, as primeiras em pele e a segunda, em junco.
Os responsáveis destas marcas participaram numa sessão em que se debateu o futuro dos ofícios artesanais que se interligam com o design e dão emprego a algumas unidades produtivas na região.
“Também quisémos trazer ao debate as questões relacionadas com o negócio e com a constituição das marcas”, disse a organizadora, dando a conhecer que este evento atraiu gente da região e de outras localidades como, por exemplo, de Lisboa e de Tomar.
A 25 de novembro decorreu mais uma conversa com Eva Gonçalves e Fernando Brízio, docentes de Design nas Belas Artes de Lisboa e na ESAD.CR que se debruçaram sobre o tema “Design, ensino, dentro e fora”. A moderação esteve a cargo do docente da ESAD.CR, Fernando Poeiras.
Marroxo e primeira escolha
No sábado decorreu uma Feira do Marroxo, que integrou a venda de peças. Por definição, o marroxo é aquilo que sobra, peças de segunda escola, mas na verdade a edição deste ano teve várias peças de primeira escolha que por alguma razão estavam disponíveis para venda nestes Dias da DOCA.
Marcaram presença peças de cerâmica, de vidro, madeira num sem fim de propostas, algumas feitas em impressoras 3D e outras mais tradicionais, feitas em barro poroso e que se destinam a manter a humidade da terra dos vasos.
“A ADOC está a crescer e faz sentido ter um espaço de venda de algumas peças”, contou a autora.
Durante o evento foram vários os workshops que se realizaram em várias zonas da cidade.
Ana Sincu ensinou os participantes a executar colheres de madeira. Além de peças de bijuteria, esta autora trabalha com desperdícios de madeira. Por seu lado, os autores das Éditions n’Importe Quoi coordenaram formação em técnicas de encadernação e em como se reutiliza material de desperdício. Nos ateliês abertos houve oportunidade de aprender a fiar lã com Alice Borges no seu ateliê no espaço Fá-lo, cestaria de bunho com Manuel Ferreira, cerâmica com Sofia Venâncio e Carlos Mestre e de pintura com vidrados, coordenado por Graça Nazaré.
A iniciativa contou ainda com jantares temáticos que decorreram não só na sede da ADOC, mas também na Malaica. O evento foi animado com a atuação de DJ’s ao longo dos dias do certame.