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Autora da Nazaré celebra três décadas de escrita com reedição do primeiro livro. Data será assinalada com a presença em feiras, escolas e bibliotecas
Isabel Ricardo está a assinalar três décadas de carreira literária. A autora da Nazaré quis celebrar a data com a reedição do seu primeiro livro, “A Floresta Encantada” na Feira do Livro de Lisboa e também na Biblioteca da Nazaré, local onde o livro foi apresentado a 12 de Junho de 1993. A autora é presença regular em mais feiras do livro e tem previstas muitas idas a escolas e a bibliotecas, além da publicação em inglês, desta fábula “que tem uma mensagem ecológica” e que alerta as crianças para os problemas que a Natureza e os animais têm “para sobreviver neste planeta que foi confiado ao Homem”.
Isabel Ricardo escreveu o primeiro livro de aventuras aos 11 anos, mas já na escola primária escrevia histórias pequenas. Cedo percebeu que escrever era o que gostaria de fazer na sua vida profissional. O arranque não foi fácil pois aos 13 anos enviava propostas para as editoras que as recusavam. Só que nunca desistiu, “por mais respostas negativas que recebesse, por mais desapontamentos que sentisse, acreditei sempre em mim”.
Teve que esperar 16 anos para realizar esse sonho, com “A Floresta Encantada” e conta que “foi uma alegria e emoção indescritíveis ver aquilo que eu escrevera ganhar vida, sabendo que iria para mãos de crianças e adultos”.
Após este livro, Isabel Ricardo criou a coleção Aventureiros a pedido dos seus leitores que gostaram da “A Floresta Encantada” e que queriam aventuras diferente das que existiam no mercado .
“Para criar as personagens, inspirei-me nos meus sobrinhos, fazendo-lhes essa surpresa”.
Também quis ser original no animal escolhido que acompanha o grupo. Escolheu um corvo, que chamou João inspirando-se e dando o mesmo nome de um que conheceu na quinta de um amigo. “Ele é engraçado e “fala pelos cotovelos”, por isso vi que aquele era o 5º aventureiro e que ficaria com o mesmo nome”, contou a autora . “Foi uma excelente escolha, porque os leitores – de várias idades – adoram-no e divertem-se muito com ele”, disse Isabel Ricardo que diz que a coleção tem fãs incondicionais ao ponto de a transmitirem a novas gerações.
Nesta série, a autora pensa aventuras em locais existentes, contribuindo para a divulgação das regiões.
O primeiro local escolhido foi a terra natal, Nazaré, que promove a nível nacional e no estrangeiro. E já houve aventuras em Alcobaça, Batalha, Ourém, Porto de Mós, Pombal, Torres Novas, Tomar, Óbidos, Lourinhã, Peniche, Berlengas e Leiria, sendo que o quartel-general dos Aventureiros é a Nazaré. Esta coleção, iniciada em 1999, completa 25 anos em 2024, data que a autora pretende assinalar.
Também histórias para adultos
Isabel Ricardo escreveu o primeiro livro para adultos quando tinha 17 anos. Após “O Segredo de Ana” seguiram-se uma versão de “O Último Conjurado” e de “Crime e Sedução”. Adora escrever romance histórico, “embora envolva um trabalho imenso, às vezes assoberbante, mas depois é-me muito gratificante ver o produto final”, disse. Também gosta de escrever livros de aventuras e de fantasia para os mais jovens, “além das histórias divertidas e com mensagens importantes para os pequenitos”. Na sua opinião o livro infantil tem uma componente pedagógica e transmite valores humanos como a tolerância, solidariedade, cooperação, direito à diferença, o respeito pelo outro, que são fundamentais para uma vida harmoniosa em sociedade.
Em 2020 os seus livros começaram a ser traduzidos para inglês. O primeiro foi “O Fantasma das Cuecas Rotas”. Nesse ano concorreu a um programa de apoio à tradução e edição, instituído pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e da DGLAB – Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, e dois livros foram premiados com uma bolsa de tradução para inglês. Voltou a concorrer em 2021, 2022 e 2023, conseguindo sempre bolsas de tradução, “o que foi muito importante para mim, porque além de ser prestigiante, é o reconhecimento do meu trabalho”, disse.
Todos receberam prémios da Literary Titan, que é uma organização norte-americana de editores, professores e escritores. Aos “The Ghost of the Torn Underpants” e “The Quest for the Lost Map”, foram atribuídos o Literary Titan Gold Book Award e aos outros (“The Adventurers and the Treasure Cave”, “Sofia Gama and the Templar´s Prophecy”, “The Last Conspirator”, “The Adventurers and the Underground River” e “The Forgotten Treasure”), o Literary Titan Silver Book Award, sendo que o infantil também foi finalista de um prémio literário no Reino Unido.
Escrever para todos
Isabel Ricardo diz que a sua escrita é multifacetada pois escreve para os mais novos, os jovens e os adultos. “O meu estilo de escrita leva-os a sentirem que mergulharam dentro do livro”, referiu a escritora que cultiva uma relação próxima com os leitores, através de mensagens, e-mails, telefonemas. “É um prazer manter uma relação de proximidade com eles, porque um leitor é um amigo!”. E faz questão de estar presente, à noite, na Feira do Livro da Nazaré, que durou um mês e terminou a 20 de agosto para poder estar em contato direto com os seus leitores.
A sua obra “A Floresta Encantada” recebeu uma bolsa para tradução para inglês da DGLAB e do Instituto Camões, algo que deixa a autora “muito feliz”. Este foi o seu primeiro livro publicado, “criou milhares de leitores” e Isabel Ricardo orgulha-se pelo facto da obra ser recomendada por muitos professores de Português e de Estudo do Meio, “continuando a encantar crianças e adultos”, rematou. Atualmente, está a escrever um romance histórico para adultos que quer terminar este ano. Teve que interromper a sua escrita durante dois meses para poder escrever o nº 15 da série “Os Aventureiros”. ■
