Estudantes de Arquitectura criaram propostas originais e arrojadas para o concelho de Óbidos

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Os trabalhos estiveram em exposição na novaOgiva entre Outubro e finais de Janeiro

Uma estância termal no Olho Marinho, tendo por base as nascentes que brotam naquela aldeia, foi uma das propostas apresentadas para aquela freguesia. A última apresentação dos projectos desenvolvidos pelos alunos de Arquitectura para o concelho de Óbidos foi feita em finais de Janeiro e incluiu ainda propostas para a Amoreira e Usseira.
“Tratam-se de propostas muito criativas, inovadoras e arrojadas”, disse o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, que pretende continuar a desenvolver esta parceria com a Universidade Técnica de Lisboa

As nascentes do Olho Marinho podem ser aproveitadas e rentabilizadas. Pelo menos, essa é a visão dos alunos do quarto ano de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa que projectaram para aquela localidade uma estância termal, anexada a uma pousada turística, que além de possuir uma componente terapêutica, irá contar com actividades culturais e de lazer.
A aparência do edifício assemelha-se a um rochedo, em que os espaços e percursos se desenvolvem “de forma orgânica”. Outra das propostas para aquela freguesia foi uma escola de música com a finalidade de trazer para uma pequena localidade mais dinamismo e vivacidade. A criação deste equipamento resulta também de uma estratégia de descentralização cultural, podendo mesmo vir a receber eventos que actualmente decorrem na vila de Óbidos, como é o caso do Maio Barroco, Semana Internacional do Piano, Temporada do Cravo e Festival de Ópera.
Esta escola é também entendida pelos jovens estudantes como um espaço de convívio e entretenimento destinado às populações rurais próximas que, “a partir de certa hora do dia fecham-se nas suas casas e os seus espaços públicos ficam abandonados”.
O projecto prevê também o aproveitamento do espaço público envolvente para criação de um auditório natural.
Para o Olho Marinho foram também previstos dois mercados, com o objectivo de impulsionar o comércio local e apoiar a produção de produtos e bens provenientes do concelho.
CICLOVIA PARA A AMOREIRA

No que respeita à Amoreira, foi feita uma proposta de criação de habitações de apoio ao centro de pesquisa agronómica a criar naquela localidade. Os jovens defenderam também a criação de um Centro de Exposições Contemporâneo e de uma ciclovia a ligar Óbidos à Amoreira, assim como a existência de mais ruas pedonais que permitissem mais a fruição do espaço público.

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VIDA SAUDÁVEL LIGADA À TERRA

Para a Usseira foi proposto um novo estilo de vida, aliando os conceitos de cidade criativa e vida saudável ligada à terra. Entre as ideias apresentadas estiveram uma horta urbana, um mercado livre e a criação de mais serviços públicos naquela zona. Os estudantes também deram particular destaque ao aproveitamento da agricultura e empresas locais, como é o caso de uma de pneus, para a criação de pneus recicláveis.
Um mercado livre, de troca justa, espaços de turismo rural, indústrias de charme (fabrico de compostas ou artesanato) ou potenciar a agricultura biológica, são algumas das ideias avançadas pelos futuros arquitectos.
O presidente da Câmara, Telmo Faria, realçou a visão “um pouco romântica” dos jovens sobre o que poderia ser a vida em sociedade, nomeadamente com as ideias de comunidade de troca e de valores.
“Tratam-se de propostas muito criativas, inovadoras e arrojadas”, disse o autarca que, no futuro, gostaria de voltar a desenvolver esta parceria com a Universidade Técnica de Lisboa.
“Achámos a experiência riquíssima”, revelou a professora Cristina Veríssimo, acrescentando que o município de Óbidos deve manter as características de equilíbrio entre a natureza e o património construído.
O projecto, denominado “Território – Óbidos comunidade sustentável e criativa” resulta de uma parceria entre a autarquia local, a Faculdade de Arquitectura e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), relativa ao ano académico de 2010-11, envolvendo mais de uma centena de alunos.
Paralelamente às apresentações, que decorreram entre Outubro de 2011 e Janeiro deste ano, os projectos estiveram em exposição na galeria novaOgiva.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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