O livro sobre A-dos-Francos, da autoria de António Marques, foi apresentado a 23 de Julho, perante uma sala repleta na Sociedade de Instrução Musical Cultura e Recreio de A-dos-Francos.
“A-Dos-Francos Uma terra que nasceu na aurora dos tempos de braço dado com a Lira e o Arado”, assim se designa esta obra do autor beirão que veio viver e trabalhar para as Caldas em 1974, sendo hoje responsável pela Expoeste.
Na monografia da Freguesia de A-Dos-Francos, António Marques descreve a origem e povoamento, a formação e a sociedade, as suas singularidades naturais e as tradições daquela freguesia que integra 18 lugares.
Fazer este livro foi uma sugestão do ex-autarca daquela freguesia, Justino Sobreiro, que levou António Marques a pesquisar em locais como a Torre do Tombo, arquivos distritais de Leiria, de Lisboa e de Braga. Passou também por arquivos paroquiais e bibliotecas de várias localidades como Vila Real e também pela Biblioteca Nacional.
O autor deixou-se surpreender pelos pormenores da história de um lugar que teve um teatro construído de raiz em madeira – o Teatro Palmira Basto, já desaparecido. A terra mantém o seu rancho folclórico e a sua banda filarmónica que “reúne avós, filhos e netos”, disse o autor à Gazeta. Há pois famílias inteiras nas andanças culturais da terra. No final, a maioria das pessoas “lavava as mãos do trabalho da terra, comia as couves e ia fazer música”, disse o autor, referindo-se à banda que ainda hoje permanece activa.
“O mais relevante é falar da vida daquele lugar”, afirmou o autor que pesquisou as origens do povoamento, numa altura em que o Rio Arnóia era navegável e recebeu habitantes Francos, “oriundos da margem esquerda do rio Reno”, disse.
Além de uma forte ligação à agricultura e à fruticultura, António Marques deu também atenção à geologia daquele local, dado que acompanhou um especialista polaco-russo que esteve nas Caldas e que “conhecia a região como ninguém”.
A obra reúne vários capítulos sobre as elites que habitaram a região, a faceta desportiva, a gastronomia e as “mezinhas” que são feitas pela população de A-dos-Francos.
Hermínio Martinho, amigo do autor que apresentou o livro, reconheceu o trabalho de pesquisa e investigação que envolveu uma grande dedicação do autor àquele território e aos seus habitantes. O presidente da Câmara, Tinta Ferreira encerrou a sessão e felicitou António Marques por esta obra onde, em 156 páginas, se retrata em pormenor a vida e a história daquela freguesia.
A primeira edição de “A-Dos-Francos Uma terra que nasceu na aurora dos tempos de braço dado com a Lira e o Arado” tem 1500 exemplares, contou com o apoio da autarquia e da Caixa Agrícola e será alvo de mais sessões de apresentação.