Há património único para visitar na cidade

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Três investigadoras do PH fizeram visitas guiadas pela cidade que tem muito para conhecer

A primeira visita da Associação Património Histórico (PH) a 22 de setembro começou na Parada, no Parque D. Carlos. A ideia da historiadora Joana Beato Ribeiro foi conduzir os participantes por um percurso pela cidade com pontos-chave que fizeram parte da vida do médico Fernando Correia (1893- 1966). Foram vistas as casas onde morou e os locais onde teve o seu consultório, como aconteceu na Rua Rafael Bordalo Pinheiro. O percurso incluiu outros espaços onde funcionaram o Lactário-Creche (onde esteve a Infancoop, junto aos Silos). o Laboratório Municipal e o Dispensário de Profilaxia Social, locais onde este médico teve presença fulcral. Fernando Correia foi higienista, hidrologista e era “alguém à frente do seu tempo”. Além de ter sido fundador da Gazeta, foi diretor do Hospital de Santo Isidoro e do Balneário das Águas Santas. E pertenceu à comissão de construção da estátua da Rainha D. Leonor e, por isso, esta visita orientada por Joana Beato Ribeiro também passou por aquela entrada da cidade.

Marcas cerâmicas revisitadas
No dia seguinte, 23 de setembro, a tarde começou com uma visita pormenorizada pelos azulejos que decoram a estação de comboios, feita pela investigadora Margarida Araújo. Na visita foram vistas várias fachadas de azulejos, locais de fábricas e não foram apenas os azulejos que foram vistos à lupa pois há mais marcas cerâmicas que decoram e ornamentam a cidade.
Depois da estação e subindo ao Bairro da Ponte foram observadas algumas fachadas e grandes painéis que embelezam o exterior das habitações. Segundo a investigadora, é possível conhecer nas Caldas azulejaria de vários séculos. “A cidade é testemunha de várias épocas, sendo pois possível encontrar exemplares desde o século XVI até ao século XXI”, rematou a guia .
Ao fim da tarde, tempo para visitar o “Jardim das Águas” de Ferreira da Silva (1928-2016), conduzida por Isabel Xavier. Uma obra feita com peças do antigo aqueduto, além de cerâmica, ferro e vidro e “que dá à obra um caráter muito contemporâneo”, disse a historiadora.
A presidente do PH deu a conhecer aos presentes todas as diligências que o grupo já fez junto do Estado na tentativa de recuperar e de chamar a atenção para a esta obra. Feitos vários esforços em vão, o PH vai agora pedir à autarquia que classifique esta intervenção de Interesse Municipal.
A instalação foi vista com pormenor, e foram notadas as influências de Gil Vicente, das Quatro Estações, Tifon, das Águas e da própria Rainha D. Leonor que inspiraram o artista a criar esta obra de arte pública que é um site specific, ou seja, que nasceu naquele lugar. E que é também “uma homenagem à cidade, cheia de sol, sem recorrer à tradicional cerâmica caldense”, disse a guia. As visitas que decorreram no âmbito das Jornadas Europeias do Património, contaram com a participação de algumas dezenas de participantes. ■

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