Impulso assinala os 15 anos de Som e Imagem e traz música nacional às Caldas

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Nuno Monteiro e Tiago Sábio (docentes e ex-alunos), Gabriela e Beatriz (ambas finalistas) e Rogério Rebelo (Centro Juventude) - Natacha Narciso

Paus, Octapush, Gala Drop, Filho da Mãe, Memória de Peixe, Cave Story, Nerve, Mike El Nite, Celeste Mariposa, Pás de Problème são alguns dos grupos que vão actuar no festival de música que se realiza nos dias 23, 24 e 25 de Maio no Centro da Juventude. Designa-se Impulso e está a ser preparado por alunos e professores de Som e Imagem que desta forma querem comemorar os 15 anos de existência deste curso da ESAD.

Há pelo menos cinco anos que os antigos alunos de Som e Imagem queriam realizar um evento que assinalasse o aniversário do seu curso. Uma feliz conjugação de vontades e os apoios da ESAD e da autarquia permitiram idealizar um festival de música que está a ser programado por professores e alunos.
Serão três dias de um evento onde a música portuguesa será o mote principal. Estima-se que o festival seja um sucesso com cerca de 800 pessoas por dia.
O nome Impulso está associado à ideia de iniciar um novo festival e tentar fazê-lo crescer. A trabalhar no evento estão antigos alunos, professores e estudantes que querem que Impulso seja variado com propostas de hip hop, techno, indie e experimental. Vão cruzar-se bandas locais e nacionais e muitas integram ex-alunos da ESAD.
“Quisemos fazer um festival para todos e que gostássemos de ir!”, disse Tiago Sábio, técnico de som que se formou na ESAD, a partir do segundo ano em que o curso de Som e Imagem funcionou nas Caldas. O caldense trabalha no Centro da Juventude e trocou as Artes Plásticas por esta área onde hoje se realiza a nível profissional, laborando som com vários grupos a nível local e nacional.

IMPULSO COINCIDE COM CLN

Durante os três dias, os concertos do Impulso vão começar por volta das 19h00 e as portas do Centro da Juventude vão abrir meia hora antes. Além de concertos, haverá DJ’s, videomapping, venda de merchandising e algum street food.
O Impulso vai coincidir com o Caldas Late Night (que decorre a 24, 25 e 26 de Maio) e os dois eventos vão estar a par e passo. “Vai ser bom pois durante o dia visitam as intervenções e à noite vêm aos nossos concertos”, disseram Beatriz Carreira (Leiria) e Gabriela Socorro (Porto), alunas finalistas de Imagem com 23 e 21 anos, e que também integram a organização do Impulso. Ambas acham que as Caldas tem um grande potencial para organizar eventos e acham que quem estuda na ESAD também deve contribuir para os realizar.
Nuno Monteiro hoje é docente do curso na ESAD, tendo sido aluno do segundo ano de funcionamento de Som e Imagem. Diz que Impulso vai também contar com uma mostra de filmes de antigos alunos que estiveram em festivais e que foram premiados entre 2011 e 2017.
O evento tem um orçamento de 25 mil euros e conta com o apoio da Câmara da Caldas através do Centro de Juventude. “Esperamos que a bilheteira dê para cobrir o resto”, disse Rogério Rebelo, acrescentando que há várias empresas locais e juntas de freguesia que estão a apoiar o evento.
Os bilhetes para o Festival Impulso custam entre 10 e 20 euros (bilhete diário e passe geral) e estão disponíveis na BOL (bilheteira online) e no Centro da Juventude.

O antes e o depois de um curso com 15 anos

Nuno Monteiro e Tiago Sábio são dos primeiros alunos do curso.
“Quando começámos era tudo pequeno, local e toda a gente se conhecia”, contaram. No primeiro ano o curso teve 20 alunos e no seguinte foram 25.
Hoje, segundo as alunas finalistas Beatriz e Gabriela (que têm 21 e 23 anos), são 80 estudantes e “não nos conhecemos”.
Recuando novamente, os mais velhos dizem que faziam-se trabalhos com alunos dos vários cursos e o equipamento era pouco ou quase nenhum. Davam-se os primeiros passos: havia, por exemplo, uma estação de trabalho para 45 alunos… e os gravadores não chegavam para todos. Por isso, contaram Nuno e Tiago, faziam-se as gravações sonoras em casa. A falta de material “obrigou-nos a ganhar desenvoltura e a solucionar os problemas”, contaram.
Hoje, Beatriz e Gabriela acham que há mais condições, mas gostavam que houvesse mais material de trabalho de imagem. “Os equipamentos têm muito uso”, queixaram-se.
Nuno Monteiro, docente, explicou que o curso tem várias vertentes – som, imagem, animação e vídeo – o que permite criar objectos audiovisuais interessantes que têm sido reconhecidos e premiados em festivais nacionais e internacionais.
Antes de ter ingressado em Som e Imagem, o actual docente passou pela Engenharia Eletrotécnica e pelo curso de Cinema no Conservatório, mas foi na ESAD que conseguiu a liberdade criativa que procurava.
Tiago Sábio lembrou que há uma década já se experimentava fazer videomapping e que as festas produzidas na escola “tinham conceito e algumas eram verdadeiras obras de arte”. Recordou, por exemplo, uma delas uma em que o artista plástico Márcio Carvalho (que actualmente vive em Berlim) revestiu a papel de cenário o local da festa e desenhou-o na totalidade, desde o tecto ao chão.