Abriu portas, a 12 de Junho, na Foz do Arelho o Museu Jaime Umbelino, que fica próximo da igreja da vila. A inauguração foi antecedida por uma sessão de homenagem ao fozense que, em 2006, ofereceu a sua casa à Junta para fins culturais. As obras de remodelação custaram 15 mil euros, verba com que a Câmara das Caldas espera apoiar o projecto, mas como a Junta da Foz tem as suas contas penhoradas, esta verba ainda não pode ser transferida.
A Casa do Arco é agora a Casa Museu Jaime Umbelino, um agradável espaço com vários anexos e um florido jardim que permite a colocação de palcos para concertos e apresentações. A casa em si, foi respeitada tal e qual como Jaime Umbelino a tinha. O fozense foi escritor, linguista, docente e cronista.
Os anexos dão agora lugar a núcleos etnográficos, espaços expositivos e também à Casa do Artista. Esta área deverá, no futuro, albergar artistas que queiram trabalhar e conhecer melhor a Foz do Arelho.
“Será também uma forma de obter algum rendimento que assim poderá contribuir para a manutenção do próprio espaço”, disse Fernando Sousa, presidente da Junta da Foz do Arelho, durante a inauguração do novo espaço cultural, que vai também incluir uma biblioteca que será aberta à população.
Dezenas de populares quiseram participar na festa de homenagem e de abertura do novo espaço cultural, cuja remodelação custou cerca de 15 mil euros, valor que a Câmara irá contribuir e assim ressarcir a Junta da Foz das obras que permitem ao museu ter “cara lavada”.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira espera que a casa museu possa contar com uso e vivência cultural para a população e visitantes. O edil caldense explicou que a contribuição surge no âmbito do apoio à reabilitação urbana e explicou que neste momento não é possível fazer a transferência por causa das penhora das contas da Junta por causa do conflito com a família Calado. No entanto, a verba está cativa e quando for possível, “será paga mediante a apresentação das despesas”.
Fernando Sousa, disse que até às comemorações do centenário da freguesia da Foz (a 5 de Julho), a Junta vai ter um dos seus funcionários entre as 14h00 e as 18h00 no novo espaço museológico, permitindo assim que este possa ser conhecido nesta fase de abertura. À posteriori, quem quiser visitar o Museu Jaime Umbelino terá que se dirigir à Junta de Freguesia para que um funcionário possa abrir a porta e dar a conhecer este novo espaço.
“Estamos em conversação com as câmaras das Caldas e de Torres Vedras para trabalhar no programa de animação do museu”, referiu o presidente da Junta, recordando que o projecto actual contou com o apoio do Centro de Artes e deverá contar no futuro com a colaboração da Fábrica de Histórias, que também foi construído em volta de uma doação do escritor.
Preservar a memória
Ana Umbelino, sobrinha-neta do escritor, é também vereadora da Cultura da Câmara de Torres Vedras e recebeu a medalha de honra de homenagem ao seu avô. Sobre o museu, afirmou que se trata de “um projecto feliz que concilia o preservar de memória com a possibilidade da comunidade da Foz se conhecer melhor”. Presente, esteve ainda Afonso Umbelino, irmão de Jaime Umbelino que referiu que estava satisfeito com a remodelação feita na casa do seu familiar. Espera agora que esta possa ser animada e contar com programação cultural regular.

A inauguração do museu contou com uma exposição de fotografia, a apresentação de um livro de poesia e um concerto da cantora Jéssica Cipriano. Seguiram-se um workshop de dança e uma exposição de pintura de Cristina Mateus.
Presente esteve também o presidente da Assembleia Municipal das Caldas, Lalanda Ribeiro, que era um habitué das festas de fim de Verão que Jaime Umbelino organizava na sua casa.
Em Julho, entre os dias 1 e 5, celebra-se o centenário da freguesia da Foz com uma homenagem aos antigos presidentes de Junta da Foz, exposições sobre a localidade e a inauguração de um memorial que será colocado junto ao edifício da Junta.
A 5 de Julho, pelas 22h00, o programa de celebração encerrará com a actuação da Banda Comércio e Indústria.