José Aurélio criou joia para filha que também homenageia o 25 de Abril

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ADOC recebeu o lançamento da segunda edição do livro Joalharia Contemporânea que é vendida com um múltiplo de uma peça, criada por José Aurélio

A 12 de abril, Cristina Filipe, autora do livro “Joalharia Contemporânea em Portugal” foi a convidada da ADOC (Associação de Design e Ofícios) que veio às Caldas apresentar a segunda edição desta sua obra.
A conversa, moderada por Marta Galvão Lucas, decorreu nos Silos, sede da associação.
A sessão incluiu a apresentação de uma peça – da autoria de José Aurélio – que foi revisitada pelo artista e que deu origem a múltiplo, que só pode ser adquirido quando se adquire o livro dedicado à joalharia contemporânea.
O escultor fez esta peça quando a sua filha, Joana Aurélio, nasceu e, agora, a própria deu-lhe uma nova configuração que homenageia também Abril.
A peça – que inclui a representação de um cravo e que originalmente foi colocado numa caixa redonda – tem agora uma nova configuração e, segundo Joana Aurélio, por um lado “havia o desejo de se colar ao original e, por outro , queria afastar-me um pouco”.
A base da joia, feita em materiais contemporâneos, transformou-se num retângulo – além de que o pendente está no vértice e, metaforicamente, “é como eu vejo que neste momento se encontra o estado da Democracia e da Liberdade” ou seja “a cair e num grande desiquilíbrio”. Cristina Filipe acompanhou todo o processo de criação desta peça, também ela feita a pensar na celebração dos 50 anos da Revolução.

Autora viveu na Foz do Arelho
O livro de joalharia de Cristina Filipe reflete a sua tese de doutoramento: “Trajetórias da Joalharia Contemporânea: Artistas e Contextos (1963-2004)”, defendida em novembro de 2018 na Universidade Católica Portuguesa.
Na 1.ª edição, o livro foi apoiado pelo Susan Beech Mid-Career Artist Grant do Art Jewelry Forum (Estados Unidos da América), atribuído à autora em 2017, e tem uma versão em inglês e outra em português. O Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo foi também coeditor.
A artista, que viveu vários anos na Foz do Arelho, deu a conhecer que a obra faz uma análise crítica, numa perspetiva social e histórica da arte, de alguns dos artistas e contextos que contribuíram para as transformações da joalharia portuguesa desde a vanguarda dos anos 1960 até ao início do século XXI.
A artista, investigadora e docente universitária, dedica-se também à curadoria, para além do seu próprio trabalho artístico.
Cristina Filipe viaja e participa em colóquios internacionais e está a realizar a coleção J para a Imprensa Casa da Moeda e que dedica uma edição a cada artista joalheiro português.
Cristina Filipe que fez um levantamento exaustivo e rigoroso desta disciplina em Portugal, identificou Kukas e João Gordillo como os pioneiros em terras lusas e que, em 1963, realizaram as suas exposições individuais. O livro integra também uma série de entrevistas a artistas e de pesquisa factual, acompanhada por uma narrativa visual que espelha as transformações da joalharia contemporânea em Portugal.
Na conversa, Cristina Filipe deixou o alerta para o facto de haver artistas que não sabem onde estão as suas joias ou de outros que morreram sem herdeiros e que simplesmente “não se sabe onde param os seus trabalhos”. A autora trabalha com leiloeiras dando a conhecer o valor das obras. Na iniciativa ficou um convite à artista para coordenar uma oficina de joalharia na ADOC. ■

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