José Jorge dá a conhecer Rostos e Cruzes no Museu Malhoa

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Gazeta das Caldas
O autor durante a visita guiada a Imaginação, que marca a sua estreia no museu caldense | Natacha Narciso
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“Imaginação”, assim se designa a exposição de pintura de José Jorge que abriu ao público a 15 de Março no Museu Malhoa.
O autor pinta há mais de 30 anos, mas só começou a expôr no ano passado. Uma das obras expostas nas Caldas vai ser oferecida à autoridade eclesiástica brasileira depois de ser apresentada em exposição no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

A cruz é um dos temas que José Jorge trouxe até às Caldas. A exposição integra uma série de quatro quadros sobre o tema que estiveram em exposição no Cristo Rei (Almada). Em breve estes quadros vão seguir para o Brasil para serem apresentados numa exposição no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Posteriormente estas obras poderão ser apreciadas em S. Paulo e “há a possibilidade de no próximo ano serem vistas também no Vaticano”, disse o pintor à Gazeta das Caldas.
José Jorge está satisfeito com o facto das suas pinturas viajarem pelo mundo, numa espécie de peregrinação. Segundo o artista, o tema da Cruz leva-o a reflexões sobre o que é vida e a morte. Uma destas obras, intitulada Deus é Brasileiro, vai ser entregue à autoridade eclesiástica brasileira que ficará sua fiel depositária. Para criar a forma cruciforme, José Jorge usou um saco de café, um dos produtos mais produzidos em terras de Vera Cruz. “Vou oferecê-la ao povo brasileiro em nome do povo português”, disse o pintor, acrescentando que este é um gesto de reconhecimento e de gratidão para com os brasileiros “pela forma como sempre acolheram as várias gerações de portugueses”.

“Um grande esforço para não me repetir”

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Há 30 anos que José Jorge se dedica às artes plásticas, mas nunca tinha exposto. Começou a fazê-lo em 2017  por causa de dois amigos: o crítico de arte  José Augusto-França  e o fotógrafo António Homem Cardoso. “Ambos convenceram-me a expor afirmando que devia fazê-lo pela qualidade e dimensão das minhas obras”, contou o pintor, que aceitou então mostrar ao público as grandes telas que fazia como passatempo.
José Jorge pinta sempre na horizontal devido à grade escala em que prefere dar largas à sua criatividade.
Além das tintas, o artista também adiciona tecidos nas suas obras.
“Faço um grande esforço para não me repetir”, contou o autor, que tanto se dedica ao abstracto como ao figurativo.
Além das cruzes, também podem ser apreciados rostos, alguns medonhos que surgem “nos sonhos das crianças”, contou.
A Árvore da Vida é a única instalação da exposição, que revela preocupações com a poluição do planeta. O solo de onde cresce uma estranha árvore azul é tóxico e dela brotam, não uma mas duas espécies de fruto. “É  uma árvore tão impossível e ficcional, apesar de não deixar de ser assustadoramente actual”, disse o seu autor, que gostaria que esta peça fosse itinerante e pudesse ser mostrada em várias localidades para suscitar a reflexão sobre como o Homem trata o planeta.
A exposição Imaginação vai estar patente ao público no Museu Malhoa até 29 de Abril.

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