Lisboa acolhe exposições relacionadas com as Caldas da Rainha

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Gazeta das Caldas
O artista Praneet Soi e o curador João Dias gostariam que os funcionários da fábrica Bordalo vissem a exposição
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A placa que em 1977 foi colocada numa casa da Praça da Fruta e que suscitou reacções negativas na população

Durante o Verão podem ser vistas em Lisboa três exposições que se relacionam com as Caldas da Rainha. Duas encontram-se na Gulbenkian e guardam ligações à Fábrica Bordallo Pinheiro e aos Encontros Internacionais de Arte, que tiveram lugar nas Caldas em 1977. A terceira está patente no Museu Bordalo Pinheiro e é dedicada às obras deste autor feitas na sua fábrica caldense nos finais do séc. XIX.
No Centro Comercial Colombo também estarão expostos os 50 melhores cartoons no chamado Top 50 2018 do World Press Cartoon (WPC) Caldas da Rainha. Esta exposição abre na próxima terça-feira e ficará até ao final do mês.

O artista indiano Praneet Soi esteve a trabalhar na Fábrica Bordallo Pinheiro onde foi reproduzido o padrão de um azulejo antigo que ele próprio trouxe de Caxemira e que data do século XV. Durante a residência artística que realizou nas Caldas e em Lisboa, Praneet Soi documentou em vídeo o processo de fabrico e a dinâmica da fábrica caldense. As imagens recolhidas nas Caldas passaram a fazer parte da exposição agora patente na Gulbenkian.
João Carvalho Dias, curador da exposição, explicou à Gazeta das Caldas que esta mostra foi preparada durante um ano e meio. A fase de produção na fábrica caldense foi feita em dois meses, o que permitiu ao autor “ter alguma ligação à empresa e à cidade das Caldas”.
O curador diz que gostaria de convidar os funcionários da Bordallo Pinheiro para conhecerem o resultado do trabalho artístico de Praneet Soi durante as estadas na fábrica, onde este se deixou surpreender pelo misto entre o trabalho industrial e manual.
Praneet Soi disse à Gazeta das Caldas que gostou de conhecer a Bordallo Pinheiro e as Caldas, tendo referido como “agradáveis” os passeios no Parque e visitas à Praça da Fruta.
A exposição-instalação conta ainda com uma peça musical concebida pelo compositor e arquitecto David Maranha, que usou os sons registados na fábrica caldense como ponto de partida para esta colaboração.
“Praneet Soi. Terceira Fábrica – De Caxemira a Lisboa via Caldas” pode ser vista até ao próximo dia 1 de Outubro.

Arte nas Caldas em 1977

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A segunda mostra, patente na Gulbenkian designa-se “Pós-Pop. Fora do lugar comum – Desvios da «Pop» em Portugal e Inglaterra, 1965-1975”, guarda obras e memórias ligadas aos IV Encontros Internacionais de Arte, que decorreram nas Caldas em 1977. Está por exemplo patente uma placa, que foi colocada numa casa da Praça da Fruta, onde se informava que no primeiro andar tinha nascido D. Sebastião. A data de nascimento do monarca está correcta, dado que o mesmo nasceu em 1554, mas foi em Lisboa e não nas Caldas.
Os artistas que colocaram a placa pertenciam ao colectivo ACRE (fundado por Lima Carvalho, Queiroz Ribeiro e Clara Méneres). As suas intervenções eram sempre efémeras e nas Caldas, a colocação da lápide suscitou reacções negativas entre os populares que sabiam bem que o rei não tinha nascido na cidade termal. Recentemente decorreu na ESAD um encontro para relembrar esta realização e os artistas Jaime Silva e Manoel Barbosa afirmaram que foram justificáveis as reacções negativas da população às várias intervenções artísticas.
A placa sobre D. Sebastião foi uma das que causou polémica, sobretudo entre os clientes do Café Zaira (à época frequentado por pessoas mais conservadoras) que não gostaram daquele intervenção em particular.
Além das várias obras feitas pelo colectivo, a exposição acolhe obras produzidas entre 1965 e 1975, em Portugal e Inglaterra e pode ser apreciada até Setembro.

Museu Bordalo Pinheiro mostra cerâmica do seu patrono

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A exposição Formas de Desejo pode ser apreciada até Novembro

Da exposição “Formas do Desejo – A Cerâmica de Rafael na Coleção do Museu Bordalo Pinheiro” fazem parte uma selecção de 150 obras em faiança que pertencem ao acervo deste museu. Estão presentes peças de vários tamanhos desde as obras monumentais até serviços de chá, sem esquecer algumas peças utilitárias e painéis azulejares.
Inclui também um conjunto de desenhos, especialmente escolhidos da obra gráfica de Bordalo, que há muito estavam encerrados nas reservas do museu.
Existem também visitas guiadas e tertúlias que fazem parte da programação desta mostra e na qual já participaram Isabel Castanheira e João Serra.
“Formas do Desejo” poderá ser apreciada no Museu Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, até Novembro de 2018.

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