“Lugares que (não) existem” é a exposição de uma designer que se apaixonou pela pintura

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Gazeta das Caldas
Sofia Pinto terminou agora a licenciatura em Design Gráfico na ESAD, mas há dois anos descobriu que a pintura é verdadeiramente a arte onde vê o seu futuro
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Sofia Pinto tem 22 anos e trabalha em part-time no café-concerto do CCC. Até ao final do mês, sempre que for trabalhar, vai dar de caras com os seus trabalhos em pintura que estão expostos no centro cultural desde o dia 6 de Julho. “É uma sensação estranha”, confessa, “nem tanto pelas reações das pessoas, pois isso já sabia que não podia fugir, mas porque é uma exposição muito grande de algo que é muito pessoal e meu”, diz a finalista da ESAD.
Embora tenha concluído o curso em Design Gráfico, não é nesta área que a jovem se vê a trabalhar no futuro. “Acho que nos fazem escolher aquilo que queremos ser demasiado cedo”, realça Sofia Pinto, que descobriu o gosto pela pintura há cerca de dois anos, embora se lembre que já em pequena pintava na companhia da avó, que partilhava o mesmo talento.
A área do design gráfico inclui uma componente tecnológica na qual Sofia Pinto acabou por não se rever. E quando apareceu a desmotivação, a estudante arranjou um atelier junto à Praça de Touros onde começou a explorar o seu traço feito à mão: primeiro com caneta de filtro, depois em tinta acrílica e mais tarde com óleo. “O atelier é um espaço partilhado que não tem as melhores condições, mas ao mesmo tempo é o local indicado para sujar”, conta a jovem, que também cria de raiz as telas onde pinta e concilia o gosto pelo pincel com a poesia.
A escrita acaba mesmo por funcionar como complemento aos seus quadros: “ajuda-me a dar sentido às telas e acaba por ser uma espécie de memória, porque assim não me esqueço daquilo que estava a sentir quando pintava”, explica Sofia Pinto, que fez questão de incluir vários textos na sua exposição, composta por seis pinturas em tela e onze em papel.
“Lugares que (não) existem” é o nome da mostra que pode ser vista até 31 de Julho no café-concerto do CCC e que reúne uma série de pinturas abstratas que retratam cenários que são fruto da imaginação de Sofia Pinto. Em quase todas as obras, as cores surgem como complementares porque a jovem utiliza muitas vezes o mesmo pincel do princípio ao fim da pintura.
A estudante pretende agora fazer um estágio dentro do programa Erasmus+ e depois prosseguir os estudos na ESAD, desta vez em Artes Plásticas. “Gostei muito da escola, acho que tem uma abordagem de ensino bastante livre, há espaço para a criatividade sem julgamentos e o espaço envolvente cheio de árvores fomenta o espírito criativo”, elogia Sofia Pinto, que nasceu em Lisboa mas se identifica mais com cidades pequenas como as Caldas.

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