Maga traz artes visuais às Caldas da Rainha até domingo

A cidade foi invadida por exposições, concertos, performances e venda de fanzines. Tudo por causa da terceira edição da Maga, a mostra de Artes Visuais, que é organizada pelo Atelier Arte e Expressão. “Creio que estamos a apresentar trabalhos de 300 autores“, disse Nuno Bettencourt, artista e também organizador do evento.

A Maga de 2011 convidou três associações congéneres que também trouxeram as obras dos seus artistas. Desta forma “como ninguém tem grandes verbas, criam-se novas sinergias e até poderão surgir outros projectos conjuntos “, explicou o organizador. Há a intenção de preparar eventos onde se constitua uma rede que una as associações das várias localidades.

Segundo o mesmo responsável, até agora houve boa receptividade do público aos eventos Maga pois o passa a palavra também tem dado resultados positivo.

O evento – que conta com o apoio do Pachá, do Maratona e da Surf Foz -, tem tido visibilidade mesmo no exterior dos edifícios. A fachada da galeria da exposição foi integralmente pintada pelo artista Uiui e há trabalhos de pintura mural que vão acontecendo em várias zonas da cidade.

A Maga arrancou com a terceira sessão da A062, com um concerto punk que juntou os grupos 74 e TPM, numa actuação que teve lugar no Centro da Juventude. Esta associação ainda

estreou a fanzine A062 e realizou uma exposição de fotografia com trabalhos de Edgar Libório, Augusto Nunes e Manuel Simões.

Entre muitas outras iniciativas, a Maga conta com uma maratona de Banda Desenhada que teve lugar nos Silos e ainda performances variadas.

Na passada terça-feira um dos projectos apresentados nos Silos, uniu a apresentação de música originais com vídeo em live act, num trabalho de Marco Telmo. Os músicos que participam neste projecto do Tigre Anão (também sediado nos Silos) são Nelson Rodrigues (guitarra) e André Cardoso (bateria), ambos do Caldas Handsaw Massacre.

Jorge Pereira e Nuno Pereira estiveram nas Caldas a representar o Laboratório das Actividades Criativas (LAC). O artista plástico e músico gerem este projecto na antiga cadeia de Lagos, onde as celas dão agora lugar a projectos culturais. “Este é o caminho e temos que o trabalhar em conjunto pois desta forma podemos partilhar dívidas e know how“, disseram os autores, que trouxeram vários trabalhos de design gráfico das actividades que desenvolvem na sua terra. Neste momento têm também um programa internacional que permite a artistas usar os ateliers da cadeia onde podem explorar várias vertentes artísticas. “Interessa-nos sobretudo o processo criativo, mais do que propriamente o resultado final”, disseram estes responsáveis que tanto convidam colectivos como a Galdéria, como as Chili com Carne, ou ainda ceramistas contemporâneos para realizar experiências de raku no LAC.

A representar a Mostra de Arte Experimental, que se realiza bienalmente em Alcobaça, esteve Gonçalo Tarquínio com a apresentação retrospectiva das anteriores edições deste evento. A edição de 2011 de Rabiscuits contou com 60 participações individuais e colectivas.

Este autor, formado em Artes Plásticas na Arca, em Coimbra, considera que esta participação na Maga é “uma mais valia para todos pois com esta união estratégica podemos criar uma rede entre nós e promover os artistas das várias regiões“.

Pedro Ferreira, um dos mentores da associação Ó da Casa de Guimarães trouxe consigo mais seis artistas para apresentar obras nas Caldas.

Este artista plástico, formado na ESAD nos anos 90, considera que o intercâmbio entre as associações congéneres “só poderá trazer mais valias e proporcionar a discussão contínua sobre os trabalhos artísticos e sobre o espírito associativo“.

A caldense Maga também marcou presença num importante evento que teve lugar recentemente e que foi o Guimarães Noc-Noc, e que se inspirou no Caldas Late Night.

A adesão ao evento, segundo Pedro Ferreira, “superou totalmente as expectativas” e já bem perto da sua realização pode contar com o apoio da Capital Europeia “que nos apoiou e ajudou a crescer“. Este pretende ser um evento anual, segundo aquele artista plástico que foi um dos primeiros participantes no CLN no ano lectivo 1996-97. O autor relembra aquela edição de estreia, “onde éramos muitos poucos participantes e tudo era marginal à escola e à cidade”.

Este artista mantém ligação às Caldas, onde viveu e trabalhou durante dez anos e só depois resolveu regressar à terra natal. “Venho cá pelo menos duas vezes por ano: para o CLN e agora para a Maga”, rematou o artista, que trouxe um grupo de autores com idades entre os 20 e os 40 anos.

Para mais informações sobre a Maga consultar pode ser consultado o sítio: magaspace.wordpress.com. ou na sua página do Facebook.