São seis as novas obras de arte pública resultantes do XV edição do Simpósio Internacional de Escultura em Pedra das Caldas da Rainha. O Simppetra de 2014 foi mais curto que o habitual em vez do mês teve apenas três semanas e foram seleccionadas obras com dimensões um pouco mais pequenas do que é habitual. Segundo a vereadora da Cultura, Maria da Conceição a nova produção escultórica será para colocar no interior do espaços públicos e também para um futuro parque de esculturas ao ar livre que segundo a autarca se deverá situar nas imediações do Centro de Artes e também no Parque D. Carlos I.
No dia 19 de Julho, o evento foi visitado pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier que contactou com os artistas e distribuiu os certificados de participação aos artistas que foram seleccionados para esta edição. Esta iniciativa – que custou cerca de 50 mil euros – contou com o é habitua com a dádiva da pedra usada para as esculturas por parte das pedreiras do Alentejo e também da Serra de Aire e Candeeiros. Segundo a vereadora da Cultura, Maria da Conceição Pereira, quando questionada sobre para onde se destinam as obras referiu que são para colocar “num ou outro rotunda, nas freguesias e ainda não perdemos a esperança de constituir um parque de esculturas ao ar livre nas imediações do Centro de Artes”. Maria da Conceição Pereira defende que este deverá estender-se até ao próprio Parque D. Carlos I, onde a autarca prevê, que para além da colocação de esculturas, “serão beneficiadas certas áreas”.
Todos os escultores que participaram nesta edição teceram elogios à organização e esperam poder regressar a Portugal.
Susanne Paucker (Alemanha) fez uma obra em mármore inspirada numa parte do rosto de “David” de Miguel Ângelo. “A minha peça representa os valores clássicos da nossa cultura e do ser humano”, disse a escultora de 37 anos. A peça onde está representado o olho da famosa escultura, será também um banco e por isso a autora gostaria que a obra fosse colocada num parque para usufruto dos visitantes.
Susanne Paucker já “esculpiu” outras partes do rosto de David como a boca e o nariz (que reproduz em grande escala). “Ando a espalhá-las pelo mundo”, contou a escultora alemã que vive em Itália.
Takeshi Kubo (Japão) criou uma interessante obra que é um cubo, mas em cada vértice colocou-lhe um cilindro. Uma obra de grande rigor e exigência técnica, feita na primeira vez que este artista veio participar num simpósio em Portugal.
A escultora turca, Aynur Ozturk, deixa uma obra em calcário branco, onde se salientam as formas femininas.
Por seu lado Chan Shih Tai (Taiwain) conheceu o escultor caldense Vítor Reis no seu país – quando o caldense foi a Taiwain participar a um simpósio. Agora foi a sua vez de vir ao Simppetra. O artista produziu uma peça abstracta composta por duas peças em mármore, com um grande rigor formal. Gostou tanto de conhecer Portugal e as Caldas “que a minha mulher e filho vêm cá ter comigo”, rematou.
O brasileiro Luciano Lara, 37 anos, veio de Minas Gerais e deixou uma obra que representa o Planeta Terra, feito em calcário branco. O escultor participou no Simpósio caldense no âmbito de um protocolo que existe entre com o município brasileiro de Coronel Xavier Chaves. A sua peça “alude ao problema do aquecimento global”, explicou. Como tal, gostaria que este trabalho fosse colocada junto de uma escola.
Gábor Myklia (Hungria) trabalhou a pedra mais difícil – o granito. O escultor húngaro soube informações acerca do simpósio caldense através de amigos.
Este autor, que estudou Belas Artes e se dedica à escultura desde os 20 anos, conhece simpósios que se realizam em todo o mundo e é a este tema que está a dedicar o seu doutoramento.
Segundo explicou José Antunes, do Centro de Artes, em resultado do intercâmbio que o município possui com Coronel Xavier Chaves, o escultor caldense Paulo Tuna irá ao Brasil no próximo mês de Agosto, tal como foi Vítor Reis em 2013.
José Antunes salientou ainda que o Simpósio de Escultura em Pedra continua a ter uma grande procura internacional. Para seis vagas, houve 123 candidaturas de escultores de todo o mundo. Os seis artistas seleccionados foram auxiliados por dois estudantes que terminaram a especialização de escultura em pedra nas Belas Artes de Lisboa e que deram uma preciosa colaboração na concretização das obras.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt