“Se hoje para conhecermos as Caldas, basta dar um passeio pelas suas elas e praças, de preferência num dia de sol, para termos uma ideia das Caldas passadas, temos que recorrer aos escritos de então.
É o que fazemos hoje: Folheamos o livro “Manual do Viajante em Portugal”, de L. de Mendoça e Costa, editado em 1924, abrimo-lo nas páginas referentes às Caldas da Rainha, e transcrevemos o respetivo texto.
“A fundação da povoação e do estabelecimento termal data de 1486 e deve-se à Rainha D. Leonor, mulher de D. João II, que passando anos antes, pelas Caldas em jornada para a Batalha, onde ia assistir às exéquias de D. Afonso V, viu em uma explanada inculta muita gente a banhar-se nas presas de umas águas. Pediu informações e soube serem pobres que vinham buscar na eficácia d’aquelas águas cura do reumatismo. […]
Da estação, uma larga avenida, da Independência, onde são alguns hotéis, conduz em 5 m. à Praça da República, onde à direita é a camara municipal, e atravessando-a desce-se numa pequena rampa que conduz ao Largo D. Leonor onde se eleva à esquerda o Hospital, bela construção, com vastas acomodações, onde vão anualmente, 5000 a 6000 pessoas, tratar-se de afeções artríticas, úlcera de estomago, afeções sifilíticas, e muitas outras enfermidades. O estabelecimento é alimentado por 5 abundantes nascentes, sendo 2 nas piscinas para banhos de tina e aplicações hidroterapêuticas. À distância de 1 Km, há um outro hospital, o de Santo Isidoro, destinado exclusivamente aos doentes pobres do concelho, e construído, com todos os aperfeiçoamentos modernos, em 1890.”
(continua no próximo numero)