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O Caldas Nice Jazz decorreu na cidade durante quase um mês e terminou a 2 de Novembro com um concerto do trompetista Matthew Halsall. Os concertos em sala tiveram uma média de 200 espectadores. O festival custou cerca de 57 mil euros e para o próximo ano deverá voltar às escolas e concentrar-se num período entre dois fins-de-semana.

Na noite de 2 de Novembro realizou-se o encerramento do Caldas Nice Jazz, ao som do trompetista Matthew Halsall e da sua banda. O concerto atraiu centenas de pessoas, especialmente jovens.
“Estou muito feliz por estar num dos meus países preferidos e por estar nas Caldas da Rainha”, confessou o artista, que mostrou os atributos que fazem dele um trompetista acima da média.
Com grandes transições entre os solos e as músicas, o septeto apresentou temas mais agitados e outros mais calmos, mas sempre muito harmoniosos. Em registo instrumental, eram os sons dos próprios instrumentos que “cantavam” e transmitiam as emoções.
Finding My Way, Awaken e Loving Kindness foram alguns dos temas apresentados pelo músico, que, no final, regressou para um encore ao som de The Land Of. “Obrigado! Não esperava tanto!”, admitiu Matthew Halsall, depois de uma ruidosa salva de palmas, com muitos gritos de regozijo.
Ao oitavo ano de Caldas Nice Jazz, o director do CCC, Carlos Mota, considera que o festival “já está confirmado” e que “esta edição confirmou a importância nacional e internacional do festival”.
Este ano, na sua opinião, o festival “deu um pulo” graças à ajuda do Turismo do Centro na divulgação do CNJ no estrangeiro. Ainda assim o director nota que há necessidade de ampliar o público.
O Caldas Nice Jazz recebeu uma média de 200 espectadores por cada um dos sete concertos em sala. “Cerca de um quarto do nosso público são estrangeiros que vivem na região”, contou Carlos Mota, lamentando-se de existirem eventos culturais nos concelhos vizinhos que, temporalmente, se vieram sobrepor ao Caldas Nice Jazz.
A organização deste evento custou cerca de 57 mil euros, cerca de metade suportado pelo município caldense e pelas parcerias já criadas com empresas locais. A candidatura do festival ao apoio da Direcção-Geral das Artes não foi aceite por duas décimas.
“Este ano o festival estendeu-se ao longo de praticamente um mês e isso não foi bom, tem de ser mais incisivo em dois fins-de-semanas”, pois prende-se com o impacto que tem na opinião pública, mas também na gestão da equipa que organiza o evento.
Para o próximo ano a organização quer voltar às escolas básicas das freguesias rurais com uma iniciação à improvisação, mas também criar um concerto comentado para os alunos das escolas secundárias. “É uma forma de dar a conhecer o que é o jazz, que é uma música de liberdade”.
O director do CCC nota que têm tido cada vez mais dificuldades para ter autorização para gravar músicas e depois fazer CD’s. “Este ano lançámos um CD com músicas dos últimos dois anos”, fez notar.
O festival tem conseguido marcar as Caldas na vida de vários artistas emergentes do jazz nacional e internacional. Para que os artistas sintam que são bem recebidos é necessário muito trabalho. Para tal contribuem, por exemplo, as caricaturas dos artistas, da autoria Bruno Prates, cartoonista que colabora com a Gazeta das Caldas, que também são já uma imagem de marca do festival e uma forma de mimar os artistas e fazê-los levar mais uma recordação desta cidade.
Mas há outros “mimos”, como uma toalha personalizada com o logótipo do festival, uma andorinha da fábrica de Bordalo Pinheiro e um boneco das Caldas de cordel, que em vez de esconder um “das Caldas”, traz debaixo do pano um… sexofone.

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