Noites da Lua Azul – arte contemporânea nos museus da cidade

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Noites da Lua Azul - Gazeta das Caldas
A noite começou nas salas cinzentas da antiga Casa da Cultura - Isaque Vicente
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Na noite de 12 de Junho realizou-se mais uma edição das Noites da Lua Azul, da Electricidade Estética. Foram 30 artistas a expor desenhos, pinturas, serigrafias, instalações, projecções de vídeo, e a realizarem performances artísticas e actuações musicais no Centro de Artes.

Como já é costume nas iniciativas desta organização, a arte contemporânea é colocada em diálogo com a arte tradicional e é normal ver as pessoas a passear pelos museus (que têm as portas abertas durante a noite), a ver as colecções permanentes e as obras contemporâneas que por ali se misturam.
Este ano uma curiosidade foi notada – a presença de várias gerações a apreciar a arte. Maioritariamente, o público são jovens estudantes da ESAD e artistas, mas também professores da escola de artes.
No Atelier-Museu António Duarte encontramos uma sala dedicada à mostra “Sara e André”, que inclui vários retratos dos dois, feitos por diferentes artistas com diferentes técnicas.
Esta exposição, que mostra as obras encomendadas pelos impulsionadores, transborda as paredes do museu e inclui os retratos “Have you seen this woman” e “Have you seen this man”, que foram espalhados pelas ruas da cidade. Além disso, Patrícia Faustino e Gonçalo Belo – o casal que estudou na ESAD e que é a Electricidade Estética – tinham uma t-shirt com retratos de André e Sara, respectivamente.
Mas “Sara e André” era apenas uma das demonstrações artísticas da noite. Dentro do museu, no atelier, havia uma projecção de vídeo com música ao vivo. Entre ferramentas e obras de arte, Zé Maldito, Vic Mateus e André Concreto actuavam para uma plateia bem composta.
Cá fora, no jardim, decorria uma performance com vídeo e música. Nos espaços exteriores não faltavam propostas artísticas, entre as quais uma de Guilherme Silva, que incluía um barco no pequeno lago do museu António Fragoso, e uma instalação numa das esculturas.
No Espaço Concas havia centenas de desenhos pelas paredes. Mas a noite começou na antiga Casa da Cultura, onde também havia exposições. Daí o percurso seguia até ao Centro de Artes, onde logo à chegada podíamos ver duas peças de Ana Battaglia Abreu em frente ao Museu Leopoldo de Almeida.
Patrícia Faustino, da Electricidade Estética, disse à Gazeta das Caldas que o evento superou as expectivas. “Lembro-me que no início em que só expúnhamos no Atelier 6, muita gente nem sabia o que era o Centro de Artes”, fez notar a organizadora do evento, notando que, além de darem a conhecerem os diferentes espaços da cidade, já criaram um público.
As noites da Electricidade Estética são uma boa forma de ver arte contemporânea, mas também “uma possibilidade de descobrir ou redescobrir os museus”.
O colectivo concretizou este evento sem qualquer apoio financeiro, tendo suportado as despesas referentes ao mesmo. “Os artistas não recebem nada, nem uma ajuda para as deslocações”, referiu.
Em finais de Setembro, princípios de Outubro, a Electricidade Estética quer organizar um novo evento para apresentar o trabalho e os espaços caldenses aos novos alunos da ESAD.

 

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