Obra de Hansi Staël vai ser divulgada na Hungria

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Klara Breuer é embaixadora da Hungria em Portugal. NATACHA NARCISO
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A exposição pode ser apreciada até 15 de Junho | NATACHA NARCISO
A exposição pode ser apreciada até 15 de Junho | NATACHA NARCISO

“Hansi Staël – Pintura, modernidade de Tradição”, assim se intitula a exposição que abriu portas a 14 de Maio, na galeria do CCC. A mostra da artista húngara que trabalhou como directora artística da Secla durante os anos 50, abriu com a presença de Klara Breuer, a embaixadora do país de origem da artista.
A diplomata quer agora dar a conhecer Hansi Staël no seu país de origem e estabelecer uma ligação com as Caldas da Rainha por causa das termas. A autarquia comprometeu-se a realizar uma nova exposição desta artista, dando a conhecer o seu trabalho cerâmico.

“A minha mãe era pintora do coração”, disse Ilona Staël Thykier, a filha de Hansi Staël (1913-1961) que foi directora artística da Secla e viveu nas Caldas durante os anos 50. A convivência com a sua progenitora não foi muita e por causa de investigação da historiadora de arte Rita Gomes Ferrão, “tomei noção da verdadeira amplitude da obra artística da minha mãe”.
Hansi Staël nasceu em Budapeste, estudou em Viena, casou em Estocolmo e veio para Portugal em 1946. Em terras lusas desenvolveu trabalhos artísticos na pintura, na cerâmica, ilustração, vidro e nas artes gráficas.

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A exposição no CCC integra 38 pinturas em tempera, litografias, serigrafias e gravuras que mostra paisagens típicas da Nazaré, da lota de Cascais e também de Lisboa. Presentes estão cinco pinturas de grandes dimensões que representam a apanha de fruta, a ceifa e a vindima e que foram restauradas pela organizadora da exposição.
Ilona Staël Thykier deu ainda a conhecer que não gostou da forma como a autarquia caldense agiu em relação à organização da exposição. Primeiro, a filha da artista queria a exposição no Museu Malhoa, “mas disseram-me logo que não, que tinha que ser em espaços da autarquia”, contou a organizadora. Depois seguiram-se várias reuniões “onde a responsável pela Cultura [Maria da Conceição Pereira] não esteve presente” e apesar de Ilona Staël Thykier ter enviado e-mails desde o início do ano para tratar de questões relacionadas com a exposição “não obtive respostas!”.
Para ir buscar as peças e garantir o seguro das mesmas foi tudo feito na própria semana da inauguração e foi preciso “pedir transporte à União de Freguesias de N. Sra. do Pópulo”.
Maria da Conceição Pereira, vereadora da Cultura, durante a sua intervenção afirmou que a autarquia tem a intenção de realizar uma exposição de cerâmica de Hansi Staël, em colaboração com o Museu de Cerâmica sem contudo querer definir uma data concreta. Mostrou ainda disponibilidade para editar o diário que a artista escreveu quando viveu nas Caldas. O diário, referente aos anos de 1957 a 1959, “possui desenhos e pinturas da região e como tal teremos todo o gosto em o reeditar”, disse a autarca. A mostra possui um catálogo bilingue (português-inglês), editado com o apoio da Câmara. O presidente do município, Tinta Ferreira, presente na cerimónia afirmou que Hansi Staël “é uma figura das Caldas da Rainha pois deu o seu contributo para o desenvolvimento da cerâmica local”.

Ligar as termas caldenses às húngaras

Há um ano e meio que Klara Breuer é embaixadora da Hungria em Portugal. No sua intervenção deixou um agradecimento ao povo português por ter dado a Hansi Staël e a tantos outros compatriotas “condições de vida e de trabalho”. No caso desta artista, foi em terras lusas “que ela desenvolveu a sua cultura artística”. A diplomata tem agora por missão de “levar Hansi Staël para casa, onde não é suficientemente conhecida”.
A embaixadora acha que é notória a influência húngara nos seus trabalhos de cerâmica de Hansi Staël. No entanto considera que “foi em Portugal que ela pôde amadurecer a sua arte”.
Klara Breuer, em visita privada, já tinha vindo conhecer as Caldas da Rainha e diz que ficou impressionada com o hospital termal e com “os edifícios antigos que estão cheios de História e que estão presentes por toda a cidade”.
A embaixadora referiu também que faz parte do seu trabalho estabelecer ligações entre Portugal e Hungria sem ser na esfera política e diplomática. “Pode haver coisas interessantes para os dois países e há múltiplas oportunidades de cooperação”, disse, referindo, por exemplo, o facto da área termal ser muito desenvolvida na Hungria e de poder aliar-se às Caldas da Rainha.
A exposição Hansi Staël – Pintura, modernidade de Tradição” vai estar patente no CCC até 15 de Junho.

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