A ópera no feminino estará em destaque no festival, que decorre entre 8 e 17 de setembro, na Quinta das Janelas. Trata-se de uma parceria entre o município de Óbidos e a Banda de Alcobaça
La Serva Padrona, a ópera cómica de Giovanni Battista Pergolesi, inicia, amanhã à noite (8 de setembro), o Festival de Ópera de Óbidos, que foi reativado depois de vários anos inativo, e que irá decorrer até 17 de setembro. Depois de já ter passado pela Cerca do Castelo, Lagoa de Óbidos ou pela Quinta das Gaeiras, o evento decorrerá este ano na Quinta das Janelas, numa parceria entre a ABA – Banda de Alcobaça, Associação de Artes e o município de Óbidos. Na apresentação, e visita guiada ao local do festival, a 4 de setembro, o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, destacou o elevado nível do evento cultural, mas também do espaço que o acolhe, que espera uma afluência de 2500 espetadores nos vários espetáculos.
O festival, com um investimento superior a um milhão de euros, para quatro anos (2023-26), resulta de uma candidatura da ABA ao Apoio Sustentado da DGArtes. Neste primeiro ano o investimento ultrapassará os 300 mil euros, em que o município de Óbidos participa com 80 mil euros (mais o apoio em espécie na construção dos cenários e do espaço) e a que se junta o apoio de um mecenas privado e a receita da bilheteira. “A expetativa é de que, no próximo ano, possamos ter um orçamento que nos permita fazer algo ainda maior”, referiu José Rafael, coordenador geral do Festival de Ópera de Óbidos.
Para o autarca de Óbidos este investimento representa “uma aposta forte na valorização e democratização da cultura num território que se quer cada vez mais próspero”.
O proprietário da Quinta das Janelas (que acolhe o evento), Konstantin Ranchinskiy, destacou o potencial turístico do local e defendeu que o turismo cultural deve ser desenvolvido.
Sete espetáculos
O festival, que contará com 130 artistas em palco e sete récitas divididas por três espaços, está a ser preparado há meses por uma equipa de produção constituída por elementos da Banda de Alcobaça e da empresa municipal Óbidos Criativa. Os ensaios musicais e de cena decorrem em Lisboa. “As equipas artísticas estão a trabalhar em Lisboa, com o apoio de produção, e nós, à distância, estamos a tentar fazer com que este espaço tenha capacidade para acolher o público com condições adequadas, nomeadamente de estacionamento, instalações sanitárias e acolhimento”, explicou Susana Martins, da direção de produção. A adega da quinta irá receber a maior parte dos espetáculos, nas duas semanas, mas também haverá apresentações (a Voz Humana, de Francis Poulenc) para um público reduzido, numa das salas do palacete, e a gala de ópera, que encerra o festival a 16 de setembro, está prevista para o pátio principal, se as condições meteorológicas o permitirem.
Tendo por mote a música no feminino, a programação envolve “uma produção nacional, mas já este ano também com a intervenção de alguns conceituados artistas internacionais”, destacou José Rafael. O coordenador do festival realçou ainda que a Banda de Alcobaça “está muito satisfeita por estar, em colaboração com o município, a recuperar algo que diz muito à identidade cultural do Oeste”. Sustenta que o Festival de Ópera de Óbidos é reconhecido, como foi comprovado pela procura de bilhetes, logo que foram colocados à venda. ■