O caldense Iúri Oliveira, de 30 anos, vive em Lisboa e tem uma carreira nacional e internacional como percussionista, o que leva a viajar e a acompanhar grandes nomes da música, desde Paulo de Carvalho, Sara Tavares, Gil do Carmo, Dino D´Santiago até Madonna. Gazeta das Caldas conversou com o músico que se formou em Inglaterra e na Holanda e que gostaria de actuar no CCC.
Iuri Oliveira já tocou com Sara Tavares, Paulo de Carvalho, Selma Uamusse, Rui Veloso, Ana Lains, Gil do Carmo, Dino D´Santiago, Lura, Fernando Pereira e com a Orquestra Cesária Évora. Este ano esteve a trabalhar com Madonna, o que o levou a viajar para os EUA. O caldense já tocou numa das salas mais emblemáticas da Europa, o Olympia em Paris. No seu curriculum musical já constam actuações no Jobur Theatre em Joanesburgo (África do Sul), no teatro De Dolen, em Roterdão (Holanda) e este ano tocou ao vivo no Billboards Music Awards 2019, em Las Vegas (EUA).
A carreira deste músico caldense começou a delinear-se cedo. Conta que, quando frequentava a Escola D. João II, apreciou a forma como o professor Nuno Miguel Caravaca lhe apresentou “o infinito mundo musical, no qual a percussão teve um especial impacto em mim”.
Após este primeiro contacto, “tocar foi algo muito intuitivo” e fê-lo ir “à procura de mais”.
Concluído o ensino secundário, Iúri Oliveira constatou que não conseguia prosseguir estudos em Portugal, o que o levou a optar de se mudar para Londres com 19 anos para estudar num conservatório que se dedica em exclusivo à percussão, o The Rhythm Studio – London School Of Popular Music. Posteriormente prosseguiu estudos no conservatório DrumDrumdrum, na Holanda, onde especificou os seus estudos em World Music, Música Étnica e Jazz.
Ao longo da sua aprendizagem, o caldense participou em vários workshops e estudos particulares com percussionistas de Cuba, Argentina, Perú e países da costa africana. “Todos tiveram forte influência no meu trajecto enquanto músico e pessoa”, disse o percussionista, que vive em Lisboa onde tem mais oportunidades de trabalho. Foi na capital que lhe surgiu o convite para tocar com Sara Tavares e logo começaram a surgir outras oportunidades de trabalho com artistas nacionais e internacionais.
“Ritmo no meu ADN”
Iúri Oliveira não tem familiares músicos, mas considera que ter raízes angolanas faz com que “o ritmo faça parte do meu ADN”. O caldense tem como referências músicos e bandas como Richard Bona, Avishai Cohen, Yshay Afterman, Zé Luis Nascimento, Yaroldi Abreu, Dos mas Uno, Aca seca Trio.
O percussionista integra vários grupos como os Bossa & Morna, um trio que se dedica a fusões lusófonas, os They Must Be Crazy, que tocam com a energia frenética típica do Afrobeat e dos Criatura, banda que explora a música tradicional portuguesa. Outro dos seus grupos, Loosense dedica-se ao jazz e à música de fusão e vão lançar o segundo álbum já em Outubro.
O percussionista já foi distinguido com uma menção honrosa por ter feito o melhor solo de percussão no Festival de Bateria e Percussão de Lavra.
O caldense também lecciona percussão e este ano foi convidado para dirigir uma Masterclass de World Music no Festival Internacional de Percussão do Alentejo Centro. Nesta iniciativa ensinou alunos da Metropolitana de Lisboa e da Orquestra da Gulbenkian, entre estudantes de outros conservatórios e locais de ensino.
Apesar de não vir às Caldas com a regularidade que gostaria, sempre que pode vem visitar a sua família e amigos. Um dia gostaria de dar a conhecer um dos seus projectos musicais à sua cidade e gostaria de actuar no CCC. O músico diz que leva sempre a cidade no seu coração e quando vem às Caldas diz que “a Praça da Fruta é sempre um ponto obrigatório, o Parque é uma inspiração e a Foz do Arelho será sempre a minha praia”.