A construção da cidade das Caldas deu o pontapé de saída ao novo ciclo de conferências do Património Histórico (PH)
“Caldas da Rainha: a construção de uma cidade” abriu o ciclo de Conferências PH – Grupo de Estudos na Universidade Sénior Rainha D. Leonor (USRDL), dinamizado pela presidente do grupo, Isabel Xavier. Perante o auditório cheio, a historiadora caldense recordou que a história da fundação da localidade que nasce em volta do sua Hospital Termal e que, em 1511, e devido ao seu crescimento é elevada a vila. “É interessante como uma freguesia que pertencia a Óbidos, à Casa das Rainhas se autonomiza e faz o seu percurso”.
Até ao Liberalismo, ou seja até 1835, as Caldas da Rainha só tinha uma freguesia (de Nossa Sra do Pópulo) e é a partir de1836, com a reforma de o governo setembrista de Passos Manuel é que a localidade passar a ser um concelho com sete freguesias. Soma pois Alvorninha, Vidais, Salir de Matos, Coto, Tornada e Santa Catarina. Segue-se nova mudança administrativa em 1850, pois com o fim do concelho de S. Martinho do Porto, Caldas fica com Salir do Porto e Serra do Bouro. Em 1895 são agregados Landal, S. Gregório, Fanadia e A dos Francos (que eram de Óbidos) e ainda Alfeizerão, S. Martinho e Famalicão, que pertenciam a Alcobaça. Houve alguns ajustes a pedido das populações mas, na verdade, desde 1898 até à atualidade “não houve modificações nas fronteiras do concelho das Caldas e as restantes foram criadas dentro desse território como sucedeu com a Foz do Arelho e com o Nadadouro.
A conferência tocou nos mais diversos momentos históricos ligados ao crescimento da cidade, desde a construção do tabuleiro da Praça, em 1883, e que foi batizada com o nome de D. Maria Pia, até às obras de Rodrigo Berquó, mentor dos Pavilhões do Parque, “que se destinavam a ser um novo hospital”. Rodrigo Berquó chegou às Caldas em 1888 e morreu em 1896. Entre as suas muitas obras conta-se a construção do Matadouro que permitiu tirar o açougue de perto do Hospital.
Também construiu o Hospital Santo Isidoro (e que hoje está integrado na ESAD.CR), que veio a permitir a separar os doentes comuns dos que procuravam tratamentos termais.
O ciclo de conferências do PH prosseguirá em janeiro com Joana Beato Ribeiro, do PH, e será dedicada à organização dos arquivos pessoais.
Em fevereiro e março, as investigadoras Margarida Araújo e Cristina Horta falarão sobre temas da cerâmica caldense. ■