Quando o teatro sai à rua e vai à Praça da Fruta

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Alunas da ETEO deram a conhecer a histórias dos vendedores usando a expressão dramática

Quem passou pela praça na manhã de  25 de Maio não sabia que iria conhecer melhor as pessoas que vendem na Praça da Fruta.  Vestidas com cores garridas, a simular que eram também vendedeiras, estavam alunas da ETEO que realizaram um trabalho teatral dedicado em exclusivo àquele lugar simbólico das Caldas.
Tratou-se de  um projecto da disciplina de Expressão Dramática para as estudantes do 12º ano do curso de Animador Sócio-Cultural.
Primeiro as alunas fizeram um trabalho prévio de pesquisa com os vendedores, tentaram conhecer um pouco as suas vidas e depois tinham que resumir os seus trajectos num minuto e apresentá-los de uma forma personalizada aos clientes. Alguns trouxeram até fotos antigas para complementar o exercício teatral. Houve momentos de dança e outros em que as estudantes assumiam o papel que habitualmente pertence aos que vendem há vários anos na Praça.
Ao todo “cada aluna só tinha um minuto para dar a conhecer o seu vendedor”, contou a docente Mafalda Saloio, que é também actriz, e que coordenou as apresentações ao público em estreia nas Caldas. E apesar de haver sempre gente que não tem tempo para escutar, a maioria das pessoas gostou da intervenção e ficou para assistir aos vários momentos deste exercício de teatro comunitário.
“Gostei muito de participar, teve imenso piada”, disse António Pereira, de 47 anos, que vende na Praça há 22. Foi um dos vendedores que trabalhou com uma das alunas e que finalizou a apresentação com um momento animado de quizomba que colocou os compradores da Praça a dar ao pezinho. “Se quiser voltar a fazer teremos muito gosto em voltar a participar”, acrescentou o vendedor.
“Há histórias fantásticas entre quem aqui vende”

A estudante Filipa Oliveira, de 17 anos, achou esta proposta “interessante”, ainda para mais “porque sou da Nazaré, não conhecia as Caldas da Rainha e há histórias fantásticas entre quem aqui vende”. Esta jovem trabalhou com António Pereira e ficou admirada por este ter muitos clientes até de fora das Caldas. A aluna, que pretende ingressar na Força Aérea, não se importava nada de voltar a repetir esta experiência.
Por seu lado, Susana Ribeiro, de 18 anos, diz que  “foi óptimo e uma experiência diferente”. A jovem trabalhou com a vendedeira Adélia Santos e com esta intervenção “aprendi que é difícil por causa da crise”. A aluna da ETEO  quer seguir dança, mas também pretende entrar para a Força Aérea.
Já Sara Pereira, de 19 anos, também acha que o teatro na praça foi “muito interessante” e apreciou ter trabalhado  com Cristina Henriques. “Ela é das vendedeiras novas e já aqui trabalha há 20 anos”, disse. A jovem que quer ingressar no curso de Animação Turística em Peniche, acha que esta foi uma forma diferente de atrair as pessoas à praça.

Natacha Narciso

nnarciso@gazetadascaldas.pt