“Belcanto” é o primeiro álbum de Rita Marques, cantora caldense que dá cartas no mundo da ópera
A soprano caldense apresentou ontem, 29 de maio, no Teatro Armando Cortez (Casa do Artista), o seu primeiro álbum “Belcanto”, acompanhada pelo maestro e pianista Cameron Burns. Por questões de agenda este último foi substituído pelo pianista Pedro Lopes.
“Há muitos anos que eu sabia que queria gravar um disco e fez sentido avançar agora”, disse à Gazeta das Caldas a soprano que quis gravar música de câmara e sobretudo temas de compositores do período do romantismo italiano, interpretando temas de Bellini, Donizetti, Rossini e de Verdi.
A escolha dos temas coube à cantora e ao músico e teve em conta o seu gosto pessoal. Rita Marques que entretanto fez um recital de música portuguesa com o maestro João Paulo Santos e conheceu compositores portugueses do mesmo período, de oitocentos. Agora fez questão de incluir temas de Francisco Santos Pinto, de Julio Neuparth e de Emílio Lami neste seu “Belcanto”.
“Gravar um disco é uma experiência marcante e foi importante poder cruzar compositores mais conhecidos com autores portugueses do mesmo período do Belcanto e que vale mesmo a pena conhecer”, disse a soprano. Na sua opinião, as canções dos compositores lusos “ombreiam com os temas dos italianos”.
Para o reportório de “Belcanto” , Rita Marques escolheu “La Danza” de Rossini, “Mezzanotte” de Donizetti ou “Non t´accostare all´urna” de Verdi e voltou a frisar que as canções dos compositores portugueses da mesma época merecem ser mais ouvidos e conhecidos e devíamos trazê-los mais vezes à luz do dia”, rematou.
Álbum gravado no CCC
O álbum foi gravado em junho de 2022, durante três dias, no CCC.
“Hoje oiço o disco e confesso que faria de outra maneira”, disse a cantora que convive bem como esse sentimento pois “significa que estamos vivos e que vamos mudando!”, acrescentou a artista, aberta a mais convites para a apresentação deste “Belcanto”.
Rita Marques terminou há pouco de dar vida a Nanetta, uma das personagens de “Falstaff” que esteve em cena no Teatro Nacional de S. Carlos. “Gosto de estudar e criar a biografia das minhas personagens”, disse em relação à miúda rebelde de 15 anos, com uma cabeleira cor-de-rosa e botas Dr. Martens a que teve que dar vida.
A cantora gostaria de apresentar “Belcanto” nas Caldas pois, além desta ser a sua terra natal ,foi cá que o disco foi gravado. O disco vai estar à venda na loja de partituras chamada “Paleta dos Sons”, situada em Espinho que o envia para todo o mundo. “Agora estou sobretudo focada na apresentação do novo disco”, disse a artista que gostava que este seu recital percorresse várias salas do país. “Basta que sejam salas com um piano que permitam receber pessoas para ouvir música”, simplificou a cantora, interessada em levar estas canções a várias plateias.
Rita Marques que leciona canto e que já passou por vários palcos de ópera de outros países, quer continuar a atuar, dando vida às personagens principais das várias óperas. ■