Carolina Rocha, de 25 anos, foi a vencedora do Prémio de Artes Visuais instituído pelo Clube Soroptimist Internacional das Caldas da Rainha, com uma imagem que apelidou de “A Cisterna”. A jovem artista, formada na ESAD, inspirou-se numa cisterna que existe na casa da avó e que sempre a intrigou pois não permite ver o fundo.
Natural da Ilha Terceira, nos Açores, Carolina Rocha trabalha geralmente em pintura, enquanto vai “fazendo fotografia de uma forma mais calma”, contou na inauguração da exposição com os trabalhos participantes, inaugurada no passado dia 18 de Outubro no Museu do Hospital e das Caldas.
Na mostra encontram-se patentes 17 trabalhos com uma alusão à figura da mulher e ao imaginário das águas, realizados por 14 estudantes da escola de artes caldense que participaram no concurso.
A iniciativa decorre de uma homenagem que o clube caldense quis prestar a uma das fundadoras, Maria Isabel (Bé) de Sousa e Castro, também ela artista, que faleceu em 2010. “A melhor forma de a homenagear era através da instituição deste prémio, contemplando raparigas em início de carreira no âmbito das artes visuais”, justificou Matilde do Couto, presidente do Clube Soroptimist Internacional das Caldas da Rainha.
A responsável destacou a adesão de participantes ao desafio lançado, tendo em conta o curto prazo do concurso e o período de época de exames. Helena de Castro, deste clube, fez parte do júri e explicou que a decisão do primeiro prémio foi unânime. Decidiram também dar três menções honrosas em vez de uma, como estava pensado inicialmente, dada a qualidade dos trabalhos.
Já a temática para a exposição está relacionada com a estratégia de acção do clube, a nível europeu entre 2007 e 2013, da importância da água como bem e como valor a preservar. Já em 2008 o Museu do Hospital e das Caldas acolheu uma mostra sobre a mesma temática, dinamizada pelo clube.
Matilde Tomaz do Couto referiu ainda que o prémio, no valor de mil euros, foi patrocinado pela empresa Stab Vida, fundada por Orfeu Flores, também ele beneficiado com uma bolsa de estudo pelo Rotary Club das Caldas, na altura em que Albino Castro, marido de Isabel Sousa e Castro, era presidente do clube. “Orfeu Flores aderiu com muito entusiasmo a este prémio porque também ele é um admirador da Bé”, concretizou a responsável.
O clube gostaria de dar continuidade à atribuição do prémio, talvez com uma periodicidade bienal mas, de acordo com a presidente, irá depender dos patrocínios que conseguirem obter. “Estamos disponíveis para pegar novamente neste trabalho, venham os patrocínios e as parcerias nesse sentido”, disse.
No mesmo dia à noite decorreu no CCC o jantar de aniversário do clube, onde foram também apresentados dois novos elementos, Rute Rosa e a Andreia Querido, duas designers das Caldas, que agora passam a juntar-se aos 15 membros que já compunham as soroptimistas.
As comemorações começaram a 22 de Setembro com a oferta de oito cocoons ao serviço de neonatologia do Centro Hospital Oeste Norte, seguindo-se de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, com o objectivo de conhecer as novas instalações e fazer um balanço do uso dos aparelhos de tele assistência que o clube ofereceu.
Fátima Ferreira
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