Teatro da Rainha apresentou nova temporada

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Companhia de teatro deu a conhecer o que fará ao longo ano. Entre as novidades conta-se que o Teatro da Rainha passa a ser semi-residente no CCC

O Teatro da Rainha vai apresentar este ano quatro criações, dez acolhimentos, duas edições e um total de 10 sessões de poesia do Ciclo Diga 33. A temporada de 2023 foi apresentada a 14 de Janeiro, na Sala Estúdio, com o diretor da companhia, Fernando Mora Ramos, a passar em revista, as iniciativas desta companhia,concretizadas em 2022 e vistas, em resumo, num vídeo.
O grupo, com 38 anos, obteve no Programa de Apoio Sustentado 2023-2026, da Direção-Geral das Artes (DGArtes), o apoio máximo para o quadriénio que agora começa, no valor de 400 mil euros por ano. No total receberá 1,6 milhões de euros de apoio estatal até 2026..
“O Teatro da Rainha passa agora a ser semi-residente no CCC”, anunciou Mora Ramos, acrescentando que os seus espetáculos passam a ser apresentados, no grande e no pequeno auditórios, daquele equipamento. “A nossa relação passa agora a ser regular e não esporádica”, informou o diretor, acrescentando que haverá também “cumplicidades na programação de teatro, assim como noutras disciplinas artísticas”.
O grupo de teatro residente já tem, em fase de ensaios, a peça “Ajax, regresso(s)”, um inédito de Jean-Pierre Sarrazac e que vai estrear em início de março. A peça, que terá publicação na coleção de livros do Teatro da Rainha, foi escrita sobre os trágicos acontecimentos do conflito armado na região da Bósnia e Herzegovina, no início da década de 1990. E na verdade,”não está longe dos conflitos atuais como os da Ucrânia, Síria ou Iémen”, referiu.
Haverá ainda, ao longo de 2023, mais criações como “Prantos, lamentos, Loas e Pregões” de Gil Vicente e “SNS” de Henrique Fialho. Este último será inspirado na figura de São Martinho e também no livro do Compromisso da Rainha Dona Leonor. Também com encenação de Mora Ramos, está prevista a criação “Antigonick” de Anne Carson.
Ainda em janeiro de 2023, a Sala Estúdio do Teatro da Rainha acolherá, dia 28, a peça “Laços”, de Daniel Keene, com encenação de Luís Varela e interpretações de Filipe Seixas, Inês Rocha, Marisela Terra, Rolando Galhardas e Rui Ramos, numa produção da Companhia de Teatro Baal 17. Será o primeiro de outros acolhimentos de grupos como o Teatro Noroeste ou do Teatro das Beiras.

Armando, Pacheco e Natália
No âmbito de Diga 33 – Poesia no Teatro, já no dia 24 de janeiro, pelas 21h30, organiza um encontro dedicado à obra do escritor irlandês James Joyce, o autor de “Ulisses”, originalmente publicado em 1922. Para falar deste tema, o convidado será Abílio Hernandez Cardoso, doutorado em Literatura Inglesa pela Universidade de Coimbra com dissertação sobre James Joyce intitulada “De Ítaca a Dublin: Ulysses ou a odisseia da palavra”.
Segundo Henrique Fialho, que fez a apresentação do ciclo, algumas das sessões poéticas passam agora para o CCC e decorrerão no pequeno auditório e também nas salas multiusos. Estão previstas sessões sobre o editor Fernando Ribeiro de Mello (que incluirá a apresentação do documentário “Editor Contra”), e a iniciativa “4 Autores à Procura de Vozes”, projeto que juntará Cecília Ferreira, Elisabete Marques, Manuel Portela e Henrique Fialho, que vão partir em busca de uma ficção em cena. Vai realizar-se um colóquio sobre Armando Silva Carvalho, escritor natural do Olho Marinho e uma sessão dedicada a Luiz Pacheco, editor e escritor “maldito”, que viveu vários anos nas Caldas. Está também previsto um recital de poesia erótica, a partir da recolha de Natália Correia.

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150 mil euros para o CCC
Presentes na sessão estiveram o presidente da Câmara, Vítor Marques, e o diretor do CCC, Mário Branquinho. Ambos reafirmaram o trabalho em parceria que agora se aposta nas Caldas e que deve continuar na união das várias entidades. Ambos sublinharam a importância deste novo ciclo que une o Teatro da Rainha ao CCC. O edil caldense deu a conhecer que o centro cultural vai receber um apoio aprovado pela DGArtes, no valor de 150 mil euros, e que se destina à aquisição de equipamentos próprios para cinema digital.
No final, Vítor Marques afirmou que irá reunir em breve com o arquiteto Nuno Lopes, – autor do projeto inicial para o novo espaço do Teatro da Rainha – “pois é preciso revisitar o projeto”.
O aumento do custo dos materiais e as novas obrigações legais obrigam à revisão da obra. “Até abril contamos ter uma ideia para podermos dar o passo seguinte”, disse o presidente, reafirmando a vontade do executivo na construção do novo espaço.
A música ao vivo fechou a iniciativa com a atuação de Henrique Fialho (voz e guitarra elétrica), Miguel Costa (guitarra elétrica), Daniel Pinto (baixo) e António Freitas (bateria) e convidados. ■

A sala-estúdio deste grupo encheu-se de gente que ficou a conhecer o que fará o Teatro da Rainha, a companhia teatral da cidade e que vai celebrar 38 anos
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