Armazém-Zero acolheu um desfile original,a 23 de novembro, onde vários modelos passaram propostas de ateliers de autores das Caldas
A proposta veio dos Dias da Doca e foi aceite por quem trabalha no Armazém-Zero, situado no Casal dos Barreiros, nas proximidades do Arneirense. O desafio foi o de realizar um desfile em que os modelos usaram peças e objetos dos 14 ateliers de criativos locais que abriram portas durante os Dias da Doca, evento realizado no fim de semana passado. E o resultado ultrapassou as expetativas com apresentações arrojadas e criativas, feitas em cestaria, ou até usando barro como uma segunda pele. Alguns acessórios viram as dimensões aumentadas, o que gerou risos e boa disposição entre quem assistiu. O espaço encheu-se de gente que não quis perder mais uma iniciativa que coloca os polos criativos a trabalhar em conjunto, desenvolvendo e cooperando em novos projetos. E o vencedor do desfile ”10 metros de Tcharan” foi a proposta do Clube Social do Bairro, situado no Bairro Azul.
“Somos sobretudo ex-alunos,designers e investigadores do LIDA (ESAD.CR) e que optámos por ficar cá”. Quem o diz é Miguel Cardinho, um dos artistas que tem atelier no Armazém-Zero. Antigamente era uma carpintaria mas agora foi transformada e alberga ateliers das mais variadas áreas. “Também há pessoas que vêm cá desenvolver projetos pessoais enquanto que outros desenvolvem casas em madeira
Rui Matuto, 27 anos, é um dos autores que gere e que está presente desde a fundação do Armazém-Zero. Trabalha com madeira e metais e executa projetos de artistas, de arquitetos e de design de interiores. Trabalha com Samuel Silva, 27 anos, que se formou em Design Industrial na ESAD.CR.
“Éramos inicialmente quatro, mas três terminaram o curso e saíram das Caldas”, contou Rui Matuto referindo que, ao todo, o armazém é atualmente ocupado por 13 pessoas. Dão assistência a quem precisa de realizar projetos e também fazem workshops de cerâmica, tatuagens, fundição de metais e até de criação de vulcões. Todos com grande adesão de participantes e também de famílias.
“Este já é o terceiro evento que fazemos”, contaram os responsáveis, explicando que o armazém tem 300 metros quadrados e se encontra dividido em vários tipos de ateliers de cerâmica, costura criativa, metais e madeiras. Ainda contempla zonas comuns onde também se partilham instrumentos e ferramentas.
Mizé Cabecinha está há cerca de um ano no Armazém-Zero e ajuda na comunicação e programação dos eventos. “Temos menos iniciativas do que gostávamos, mas estamos a conseguir abrir o espaço à comunidade”, rematou.
Um dos últimos autores a integrar o Armazém-Zero é o fotógrafo José Fonseca que é de Lisboa. Tinha o seu atelier de fotografia aberto à comunidade onde deu a conhecer vários dos seus projetos. “Vou ter laboratório de revelação manual e vou dar formação em fotografia analógica”, disse o autor à Gazeta das Caldas. ■