Há exposições na galeria do Posto de Turismo, em espaços do Museu do Hospital e decorre, aos sábados de agosto, uma Feira de Autor ao cimo da Praça da Fruta
A Maga, Mostra de Artes Visuais passou agora a designar-se Esmaga sobretudo porque a pesquisa nos motores de busca da internet dirigia-se a grupos do Make American Great Again, ”algo que nada tem a ver connosco ou com as artes…”, explicou o organizador, Nuno Bettencourt à Gazeta sobre a alteração no nome do evento que abriu a 5 de agosto, com organização do Atelier Arte e Expressão.
Ao todo, nesta 11ª edição estão a participar cerca de uma centena de autores convidados a apresentar o seu trabalho de forma individual e também integrados em coletivos, alguns a dar os primeiros passos no seu percurso.
”Todos os autores têm ligação à região, são de cá, estudaram cá ou estão a viver aqui agora”, disse o responsável, acrescentando que há ainda coletivos de alunos da ESAD.CR e duplas de autores que a partir das Caldas têm já carreiras nacionais e até internacionais consolidadas como os C’Marie e Egrito ou os Halfstudio.
Na Galeria do Posto de Turismo “estão autores que mostram o seu trabalho de forma individual e há pintura, cerâmica, fotografia, escultura, ilustração, BD, desenho, instalação e peças de joalharia, que podem ser apreciadas até 26 de agosto.
Aos sábados, entre as 10 e as 15h00, a Esmaga inclui ainda uma Feira de Autor onde vários autores estão a vender os seus trabalhos muitos ligados ao design gráfico mas há também desenhos, pintura, cerâmica, serigrafias, estacionário, bijuteria num sem fim de propostas que podem ser adquiridas aos fins de semana, após uma ida à Praça.
Chegados ao Museu do Hospital, as surpresas sucedem-se pelo aliar de peças contemporâneas às tradicionais e muitas de cariz religioso, que passam agora a dialogar com rostos de hoje, com figuras animalescas e alguns monstros que integram o universo artístico autoral. Na sala dos reis, entre as pinturas das figuras reais há agora outras que mostram as tendências do retrato do século XXI.
São obras de vários coletivos e de duplas que mostram o que se cria nas Caldas em termos artísticos. Há pintura, escultura, instalação, cerâmica e muita criatividade ao aliar pintura de Josefa de Óbidos a uma cerâmica escultórica atual. A Lavandaria do Hospital foi ocupada pelo Soma Coletivo, composto por artistas mulheres que fizeram várias instalações em volta do conto “Três Porquinhos”, e que até inclui a simulação de um velório pois há protagonistas deste conto que morrem no decorrer da história, apesar de terem sido poupados na conhecida versão da Disney.
A Esmaga recebe algum apoio da autarquia que se cifra nos 3500 euros e que permite pagar a quem trabalha no evento e para a necessária logística, distribuindo até por alguns dos coletivos que estão a participar para aquisição dos materiais necessários para a apresentação das obras.
Além deste grande evento, a Esmaga passará a contar com uma nova mostra que terá carácter pedagógico pois a ideia é mostrar arte e artesanato contemporâneos. Vai incluir workshops aos públicos escolares. Outra inovação a incluir na iniciativa é um convite a autores que ajudarão a estabelecer temas para os artistas trabalharem para a Esmaga.
“Estamos a constituir uma equipa de produção que inclui também elementos que farão visitas guiadas aos eventos”, explica Nuno Bettencourt.
Quem quiser poderá entrar em contato com a organização ou com os autores se pretender adquirir alguma das obras. Para o presidente da Câmara, Vítor Marques, “a Esmaga sempre nos habituou a grandes exposições, além de dar palco a grandes artistas”. Segundo o edil caldense “iniciativas como esta provam que as artes são um dos desígnios das Caldas”. ■