Vizir, o trio metaleiro que já toca há 15 anos

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Gazeta das Caldas
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SimboloEP VIZIRDurante a adolescência, e à semelhança de muitos jovens, os Vizir juntaram-se para constituir uma banda. Um projecto informal, entre amigos, que partilhavam o gosto pela música. Quanto ao registo não tiveram dúvidas e optaram pelo metal, um género musical caracterizado pela sua densidade e distorção sonora. Contudo, aquilo que não adivinharam é que a banda passaria o “limiar da juventude” e chegaria aos 15 anos de existência, num percurso marcado por concertos de norte a sul do país.
Há cerca de três meses, no final de Abril, os Vizir lançaram o seu mais recente trabalho, o EP “Ultramar Sexual”, um conjunto de nove faixas curtas que prometem chocar o público.

Apresentam-se à Gazeta das Caldas com os nomes artísticos de Hellraiser, Hélio F. e Barrasco e é assim que gostam de ser chamados, pelo menos quando o tema de conversa é a banda que formaram há 15 anos atrás. São, respectivamente, o vocalista, baixista e baterista dos Vizir, uma banda 100% caldense que nos primeiros cinco anos esteve em “standby”, sem concertos na agenda, não só porque Hellraiser e Hélio F. integravam outro grupo metal, os Vanadium, mas também porque, em termos musicais, os três amigos ainda estavam a dar os primeiros passos.
No início, sem muitos recursos, como é habitual nos jovens entre os 16 e 20 anos, os Vizir viam-se obrigados a adaptar-se àquilo que tinham à mão, ou melhor, àquilo que não tinham. Hellraiser chegou a ensaiar várias vezes sem microfone – embora nunca tenha adquirido um ao longo dos 15 anos – e Hélio F. recorda-se de como “tocava com uma guitarra acústica toda estragada com apenas quatro cordas… era o meu baixo improvisado”.
Se há palavra que pode caracterizar o estilo dos Vizir é “chocante”. Chocantes são as temáticas das suas músicas – religião e pornografia – mas também o modo como se comportam em palco – actuando num cenário que muitas vezes inclui revistas pornográficas, bananas e roupas excêntricas. O vocalista explica que o objectivo é precisamente “criar um universo burlesco e sátiro em relação a diversos assuntos que muitas vezes chocam as pessoas”. Mas, em vez de colocarem essas temáticas em gavetas tabu, os Vizir expõem-nas “de forma saudável, em tom de brincadeira e ironia”, acrescenta Hellraiser.
Tendo em conta o ambiente do concerto, que inclui “conteúdo impróprio para crianças”, os Vizir são os primeiros a esclarecer que recusam actuar em espaços que incluam menores e pessoas mais idosas na plateia. “O concerto de Vizir é direccionado a um público que já está minimamente contextualizado, que sabe ao que vai e que paga bilhete por isso”, explica o baterista.
Sobre os motivos que levaram o trio metaleiro a adoptar esta imagem – que, à primeira vista, pode parecer polémica – Hélio F. sublinha a importância de marcar a diferença no mundo da música. “Se vou a um concerto de metal, vejo toda a gente com a mesma aparência, com os mesmos gestos, daí termos escolhido ser mais originais”, afirma o baixista, imediatamente seguido pelas palavras do baterista Barrasco, que salienta o facto de as bandas de metal estarem cada vez mais “categorizadas por estilos”, algo que os Vizir quiseram contrariar ao “fazer música livremente”, sem a preocupação de pertencer a algum subgénero.
Depois das duas ‘demos’ (gravações musicais promocionais, sem vínculo a uma editora), “Podridão Alastra”, em 2005, e “Uh Uh Uh!” no ano seguinte, os Vizir lançaram agora o seu trabalho mais completo, o EP “Ultramar Sexual”, produzido pela editora Signal Rex em formato vinil, que contará com 250 cópias.

Organizador do festival de metal das Caldas

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“Colhões de Ferro”, um festival de metal realizado nas Caldas que já soma a sua décima edição, foi uma ideia de Barrasco, guitarrista dos Vizir. O jovem caldense decidiu dar início à iniciativa, que tem por hábito decorrer no final do mês de Janeiro, no Centro da Juventude das Caldas da Rainha. Os cartazes reúnem bandas metal, punk e hardcore, tanto nacionais como estrangeiras.

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