A Assembleia-geral do Caldas SC reunida no passado dia 27 Janeiro aprovou por unanimidade as contas relativas ao exercício de 2015/16 com um saldo positivo de 9,9 mil euros e uma redução de passivo em 32 mil euros, que se fixou nos 126 mil euros. O clube não conseguiu chegar ao ano de centenário com dívida zero, como era o objectivo, mas ficou muito próximo. As dívidas a fornecedores eram no final do exercício de 213 euros.
Dos 126 mil euros de passivo, cerca de 52 mil euros são passivo contabilístico associado ao contracto com a Petrocaldas de cedência da exploração do posto de combustíveis do clube. No início do contrato o clube recebeu um adiantamento de valores para que pudesse liquidar uma dívida que tinha à Galp. O clube tem ainda contabilizada a dívida de 15,6 mil euros que deverá estar abrangida pelo Totonegócio, um caso que se arrasta nos tribunais entre o Estado e a federação. Está ainda incluído naquele valor a dívida que o clube está a liquidar aos serviços municipalizados e que foi actualizado para 27 mil euros.
José Madruga, anterior tesoureiro da direcção, realçou que o valor desta dívida subiu 10 mil euros porque havia um desencontro de contas entre a contabilidade do clube e dos serviços da Câmara que só naquele mandato foi possível precisar. O clube está a pagar dessa dívida 519 mil euros, José Madruga falou da necessidade de renegociar o acordo para rever os juros.
O clube teve custos operacionais de 359 mil euros e receitas de 379 mil euros. Nas receitas o subsidio do contrato programa com a Câmara das Caldas continua a ser a principal, com uma verba de 94,5 mil euros. Os donativos, nos quais o clube inclui as verbas obtidas coma presença em alguns eventos também teve um peso considerável, foi a segunda fonte de receita, com 84 mil euros. Seguem-se a publicidade com 68 mil euros, com um crescimento de 2% face ao exercício anterior, e a quotização, que representou 64 mil euros. Nota também para a criação nas contas de uma rubrica própria para a presença nas Tasquinhas, que originou receita de 13,7 mil euros, com uma despesa de 6,2 mil euros.
José Madruga observou as dificuldades que o clube tem para obter quotização além dos atletas, e também da dificuldade para receber os cerca de 52 mil euros da dívida de ex-funcionárias do posto de combustíveis, relativamente às quais estão a ser feitos pagamentos na ordem dos 20 a 30 euros mensais. Nota ainda para a transferência do avançado Diego Zaporo para o Vilafranquense, que rendeu 5 mil euros aos cofres do pelicano no mercado de Inverno.
Em relação às despesas o clube gastou menos 10 mil euros com a actividade do futebol sénior e de formação, num total de 155 mil euros, valor ao qual acrescem 66,7 mil euros em transportes, estadias e deslocações. A equipa de futebol custou 66,3 mil euros em honorários.
NOVA SEDE AGUARDA OBRAS
Foi também apresentado e aprovado por unanimidade o orçamento para a nova época, que tem como principal novidade o aprovisionamento de uma verba de 10 mil euros para obras na nova sede do clube. No passado mês de Dezembro o clube assinou com a autarquia um segundo protocolo de cedência no espaço na Rua Filinto Elísio, que o clube pediu para renegociar por não estar confortável com a duração do anterior contrato, que previa a cedência das instalações por cinco anos. O novo acordo é válido por 20 anos.
Por outro lado, Jorge Reis, presidente da direcção, acrescentou que foi realizada uma reunião com a autarquia para definir os trabalhos que o edifício necessita antes do clube fazer as suas obras. Jorge Reis não adiantou em concreto esses problemas, mas adiantou que representam “encargos muito grandes que o clube não pode assumir”.
No orçamento a direcção previu o aumento das despesas correntes para 392 mil euros, embora os custos com o futebol se mantenham praticamente inalterados. Já para as receitas a previsão é de 393 mil euros.
Luís Capão, o actual tesoureiro, apresentou o documento e salientou a necessidade de angariação de novos sócios e adiantou que estão previstas algumas acções para o conseguir.
Jorge Reis encerrou a sessão aludindo ao grande mérito do anterior presidente Carlos Vasques e do tesoureiro José Madruga ao serviço do clube.
Danny Rafael de saída
O lateral-esquerdo Danny Rafael e o Caldas SC anunciaram a desvinculação, ainda antes da jornada final da primeira fase.
A iniciativa partiu do jogador, que apesar de ter sido aposta de José Vala no período de pré-temporada, acabou por ver o início de época comprometido por uma lesão ainda durante o defeso.
José Vala, disse à Gazeta das Caldas que a situação vinha sendo tratada pelo jogador e pelo técnico nas últimas semanas. “Ele não se sentia confortável com a situação de suplente, eu não lhe podia garantir que ia jogar”, adiantou, elogiando o jogador pelo comportamento exemplar durante os treinos.
O técnico acredita que esta será a única alteração no plantel para a segunda fase, tanto a nível de saídas, como de entradas. “Saídas de certeza que não haverá mais, também não vai entrar alguém só por entrar”, concluiu.