Numa primeira parte a jogar contra o vento, o Caldas foi capaz de resolver o derby em Peniche com dois golos a abrir e a fechar. Os três pontos deram algum conforto na tabela.
Ao abrir da segunda volta o Caldas tinha marcado um derby em Peniche, de onde tinha boas recordações recentes. Nos últimas cinco visitas contava quatro vitórias e um empate e naquele estádio não perdia desde 2010.
Após a vitória frente ao Mação e uma boa exibição em Torres Vedras, embora sem resultado a condizer, o Caldas voltava a ter jogo importante nas contas da manutenção, contra um adversário directo. E apesar de José Vala ter sido forçado a um conjunto de alterações na equipa devido a uma lista de indisponíveis (Simões castigado por ter atingido o quinto amarelo, Cascão lesionado e Leandro com gripe), o início da partida não podia ter corrido melhor.
Ao minuto seis, Farinha escalou o flanco esquerdo e tirou um centro para a área, Bernardo Rodrigues recolheu a bola depois de um ressalto, tocou para a frente e foi derrubado pelo central, estreante no Peniche, Darson. Rafael Silveira não vacilou e converteu de forma exímia no golo inaugural.
Era o início perfeito para o Caldas, que jogava contra o forte vento que se fazia sentir em Peniche. Uma vantagem que soube defender. O Peniche procurou ripostar, mas esbarrava no acerto defensivo do Caldas, que revelava grande entreajuda entre os diversos sectores no apoio à extrema defesa.
Os penichenses só conseguiam conquistar alguns lances de bola parada, mas não conseguiam tirar deles partido e o excesso de força do vento acabava por não ajudar também nos processos ofensivos.
O Caldas acabou por estar mais perto do segundo, também em lances de bola parada, com Hugo Neto a visar a baliza com um remate forte que passou ao lado, e depois num livre de André Santos com Silveira e Farinha a falharem a emenda por muito pouco.
Ao minuto 39, lance polémico na área do Caldas, com três avançados do Peniche a caírem na área, mas a não convencerem Gonçalo Nunes quanto a possíveis faltas. E pouco depois o Caldas chegou ao segundo. Mérito total para Farinha, que pressionou e recuperou a bola ainda antes do seu meio campo, foi por ali fora com o seu drible curto, chegou a estar entre três defesas, mas passou com a ajuda do movimento de Silveira, e já na área bateu Diogo Soares.
Com uma vantagem de dois golos para defender numa segunda parte a favor do vento, o Caldas parecia ter o jogo controlado, e assim foi. Nos segundos 45 minutos, o Caldas deu a bola ao Peniche no sentido de aproveitar o espaço para o contra-ataque.
A primeira parte do plano correu bem, apesar das iniciativas de Motinha pelo corredor esquerdo terem obrigado Passos e Januário a trabalhos redobrados. Na retina ficou um lance com João Silva, com este a obrigar Luís Paulo a uma defesa de recurso. Mas quando José Vala refrescou a equipa o fulgor do Peniche esmoreceu e o marcador não se alterou.
MELHOR DO CALDAS
FARINHA 3
Depois de ter sido suplente nas duas últimas partidas, voltou ao 11 titular para lateral-esquerdo e foi por ali que desequilibrou a partida. Subiu e cruzou para o lance que resultou em penálti, e após um roubo de bola ainda no seu meio campo, partiu em direcção à baliza para fazer o melhor momento do jogo.
EDNILSON, JOGADOR DO CALDAS
ESTOU MUITO FELIZ
Começar com uma vitória é bom, estou muito feliz. Gostei de ver a equipa a jogar, trabalhámos muito para conquistar os três pontos. Senti-me muito bem quando cheguei ao clube, todos me receberam bem. Venho para ajudar o Caldas a alcançar os seus objectivos e para crescer como jogador e ajudar o plantel, e com trabalho no dia a dia para conquistar o meu espaço.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
COESOS E ORGANIZADOS
Entrámos bem no jogo, conseguimos o golo, depois o mister Rachão tirou os três centrais e ficou com dois jogadores na frente, o que, a jogar a favor do vento, permitiu ter mais iniciativa de jogo, embora sem criar perigo. Voltámos a tomar conta do jogo contra o vento e marcámos o segundo golo numa grande jogada do Farinha. Na segunda parte podíamos ter tido maior controlo do jogo, mas precisamos dos pontos e isso pesa no inconsciente dos jogadores. Não aproveitámos o vento, mas fomos coesos e organizados, foi uma vitória justa. Gostava muito ter vindo aqui cumprimentar o presidente João Viola, infelizmente não tivemos essa oportunidade. Era uma pessoa que marcava o futebol de Peniche e quero deixar os sentimentos à família do Peniche por isso.
José Rachão, não prestou declarações.
Homenagem a João Viola
O Caldas prestou homenagem a João Viola, presidente do GD Peniche falecido no final do ano passado, com a entrega simbólica de um cachecol e uma vela pelo capitão Rui Almeida. Foi um acto simbólico de reconhecimento pelo trabalho de João Viola no clube e também pela relação de proximidade que mantinha com o Caldas. A direcção alvinegra lamentou também que a FPF não tenha decretado o habitual minuto de silêncio. A actual direcção do clube penichense agradeceu o gesto.
Estádio do GD Peniche
Árbitro: Gonçalo Nunes, AF Lisboa
Assistentes: José Costa e Miguel Macedo
PENICHE 0
Diogo Soares; Paulo Brites, Darson Silva (Boissy 45’), Gilson Correia e Luís Gonçalves; João Lobo, Bissula e Diego Zílio (Willyam 45’); João Silva, Motinha (Luís Pinto 90’+1) e Tiago Ferreira
Não utilizados: Mamadou Ba, Francisco Pacheco, Hugo Meira, Octávio
Treinador: José Rachão
CALDAS 2
Luís Paulo [3]; Passos [3], Militão [3], Rui Almeida [3] (C) e Farinha [3]; Paulo Inácio [3], André Santos [3] e Bernardo Rodrigues [3] (Ednilson Furtado [2], 69’); Nuno Januário [3] (Passuco [2], 74’), Rafael Silveira [3] (Marcelo [1], 86’) e Hugo Neto [3]
Não utilizados: Rui Oliveira, Gaio, Juvenal, Mark Coito
Treinador: José Vala
Ao intervalo: 0-2
Marcadores: Rafael Silveira (7′ gp), Farinha (43′)