Ciclismo do Bombarralense prepara-se para crescer

A época até já tinha começado para a equipa bombarralense, que nos nacionais de pista garantiu os títulos no Campeonato e na Taça de Portugal pelo ciclista Francisco Duarte. Vitórias que garantem para já o primeiro lugar do ranking nacional por equipas.
Desempenho que deixa o manager da equipa, Carlos Reis, optimista para a presente época, a segunda em que lidera a equipa. Os objectivos passam por “igualar ou superar a época passada, que surpreendeu pela positiva”, disse à Gazeta das Caldas, acrescentando que a união foi o que fez a diferença na época transacta quando havia dúvidas em relação às possibilidades.
Em relação à actual equipa, Carlos Reis realça que foram recrutados, por um lado, atletas mais experientes, ou seja, com mais anos de modalidade, e ao mesmo tempo mais novos. Metade da equipa é júnior de primeiro ano, o que também garante um trabalho de continuidade já a pensar na próxima época.
Os atletas são principalmente provenientes de escolas de formação do Oeste, onde Carlos Reis diz existirem “bastantes valores”, tendo em conta o bom trabalho realizado nessas escolas.
Depois de na época passada a equipa ter tido um atleta angolano, este ano há nas fileiras um brasileiro. A aposta na internacionalização tem em vista abrir as portas à participação em provas no estrangeiro.
Carlos Reis explicou o funcionamento da equipa de ciclismo à Gazeta das Caldas. Ao contrário de noutras modalidades colectivas, no ciclismo a este nível não é possível à equipa treinar sempre toda junta. Os atletas seguem um plano mensal estabelecido pela equipa técnica, que segue e adapta os treinos em caso de necessidade, sobretudo devido à actividade escolar. A equipa junta-se depois em estágios nos fins-de-semana sem prova e nos períodos de férias para fortalecer a união e a entreajuda.
“Fazemos muitos estágio, é aí que se fortalece o trabalho de equipa, que é muito importante para ganhar espírito de grupo e perceber os pontos fortes e fracos de cada atleta”, explica Carlos Reis.
A região tem boas condições para o treino, refere o técnico, tanto para o treino de montanha, na Serra do Montejunto, como em plano, onde se trabalham as rendições e os sprints, acrescenta.

Projecto a crescer

A equipa Sicasal Liberty Seguros Bombarralense já é uma referência no pelotão júnior nacional, de onde já passaram atletas que hoje deram o salto para equipas estrangeiras, como são os casos do caldense João Almeida, que corre em Itália, e de Daniel Viegas, que foi para Espanha.
Carlos Reis refere que o projecto é “estável, temos bons parceiros que nos ajudam muito, que gostam de ciclismo, e é um alívio podermos ir para a estrada com as condições necessárias para os atletas correrem”, realça. Condições que se preparam para ser melhoradas.
Carlos Reis adiantou que os planos da secção do clube passam pela criação de uma escola de ciclismo, para os escalões mais jovens até aos cadetes, e uma equipa de Sub23 na próxima época. “Metade da equipa sobe de escalão no próximo ano e estamos a fazer esforços grandes para poderem ficar connosco mais um ou dois anos”, antes de darem o salto para o pelotão profissional, diz Carlos Reis.
António Pedro, presidente da secção, reforçou essa ideia na apresentação, revelando que os planos passam por “um projecto duro, difícil, que envolve muita obra na sede” do clube. Obras que visam a criação de um centro de estágios, onde as equipas possam pernoitar e fazer a sua alimentação, uma vez que essa é a maior despesa do clube quando realiza os seus estágios.