O seleccionador campeão europeu de futebol, Fernando Santos, regressou às Gaeiras para a ‘sua’ festa em honra de Nossa Senhora da Ajuda e a terra que o viu crescer retribuiu a alegria que o treinador deu a todos os portugueses com uma homenagem. Fernando Santos apresentou-se humilde no palco e fez questão de repetir que continua a ser o mesmo Fernando, “filho do Chico de Lisboa e da Lurdes”.
Fernando Santos com a camisola da SCR Gaeirense e o busto|Joel Ribeiro
“Há 50 anos dei aqui os primeiros chutos na bola, nesta terra que é a minha terra”. Foram estas as primeira palavras que Fernando Santos dirigiu à plateia repleta, sedenta de homenagear o treinador que encheu a alma de toda a nação de um imenso orgulho de ser português, com a conquista do título europeu de futebol.
Mas, mesmo feliz e emocionado pela homenagem dos gaeirenses, não era de futebol que se tratava para Fernando Santos. “Não estou aqui porque Portugal se sagrou campeão europeu, estou aqui porque sou gaeirense, pelos meus amigos, como sempre estive e como sempre continuarei a estar”, sublinhou.
Agradeceu a simpatia com que foi acolhido, “nada que estranhe”, realçou e agradeceu aos “amigos, muitos deles meus irmãos, eles sabem que é assim que os considero”.
Mais emocionado e de coração aberto, recordou “todos os que estão ausentes, que lá em cima junto do Pai estão seguramente tão contentes como vocês. É com eles que gostava muito de partilhar este dia”.
E finalizou a sua intervenção em palco dizendo que, nas Gaeiras, para os gaeirenses, “continuo a ser o Fernando, o filho do Chico de Lisboa e o filho da Lurdes, isso é muito mais importante”.
A homenagem da Comissão de Festas consistiu na entrega de um busto do treinador, autoria da ceramista Paula Clemente. O Gaeirense, clube do qual é associado, entregou-lhe uma camisola de jogo estampada com o nome do técnico. “UM PORTUGUÊS QUE VIBROU COMO TODOS OS PORTUGUESES”
O título de campeão europeu não podia, no entanto, passar ao lado desta homenagem. Fernando Santos diz que o que o fez proferir as míticas palavras “só volto a Portugal no dia 11… e vou ser recebido em festa”, foi a crença na qualidade dos seus jogadores.
Já a alegria que sentiu após do golo de Éder ao levantar da Taça e durante todos os festejos, não diferente da de todos nós. “É imensa a felicidade quando sabes que Portugal está em festa e feliz, sou um português que vibrou como todos os portugueses”, disse.
De volta às Gaeiras e à festa que organizou em duas ocasiões, Fernando Santos explicou que nasceu em Lisboa, mas “foi aqui que cresci e me fiz homem”.
Os episódios que recorda são muitos e estão bem vivos na sua memória, assegura. Aos microfones da comunicação social recordou que, quando em miúdo, era um dos que escondiam os forcados que servem de apoio aos andores para poder levar o do Menino Jesus no segundo dia da procissão.
Fernando Santos, assegurou que faz sempre questão de vir à festa das Gaeiras, “e vou continuar a vir, muito por esses amigos que partiram e que eram alguns meus irmãos”.