O Caldas entrou no Ano Novo com o pé direito. Uma entrada cheia de garra que resultou em dois golos e uma exibição alegre foram coroadas com o resultado mais folgado da época.
O ano de 2018 tinha terminado mal para o Caldas, de tal forma que José Vala, numa conversa de balneário com os jogadores no final da partida com o Anadia, colocou o seu posto ao escrutínio do grupo de trabalho e da direcção.
A semana que se seguiu não ditou mudanças no comando técnico, mas abriu a porta a algumas alterações no seio do grupo. Iuri Gomes e David Silva saíram, juntando-se a Tomás Meneses, que já tinha deixado a equipa. A porta abre-se agora para a entrada de novos jogadores durante este mês, mas foi com quem já contava que José Vala partiu para dar a volta à “crise”.
Antes de mais era preciso recuperar a alegria de um jogo descomprometido (que foi a base do grande sucesso da temporada passada) e foi esse o rumo seguido. José Vala escolheu um esquema muito dinâmico para esta partida, com base num 4-3-3 que se desdobrava num 4-4-2, com Leandro a partir da esquerda para pisar terrenos interiores com o fim de alternar com Simões na condução do jogo ofensivo.
A mobilidade de Simões e André Santos na zona de meio campo aumentava a dinâmica de jogo dos caldenses, com Januário a aparecer muito bem na direita em dois lances seguidos. Não deu por ali, mas deu pela esquerda e aproveitando as tais dinâmicas de conjunto. Cascão subiu pelo flanco, rasgou para a área e assistiu Rafael Silveira para o golo inaugural.
Foi uma explosão de alegria que libertou também a tensão acumulada no final de ano. O Caldas continuou solto, a jogar com a alegria que tem faltado. E o segundo golo não demorou. Três minutos passaram e Francisco Sousa teve que ir buscar outra vez a bola ao fundo da rede. Tudo feito à esquerda outra vez, mas agora na sequência de um lançamento lateral. A bola chegou a Silveira, que de costas para a baliza encontrou Leandro e este rematou colocado.
Metade do trabalho estava feito em 10 minutos. A questão a partir daquela altura era não estragar. E isso traduzia-se sobretudo em não facilitar em termos defensivos. Foi o que o Caldas fez. Continuou a ter bola durante o primeiro tempo e até podia ter dilatado a vantagem com maior afinação no último passe.
Na segunda parte teve o Mação mais bola, mas não conseguiu traduzir isso em situações de perigo. O Mação tem tido no ataque o seu ponto forte, mas o Caldas demonstrou a solidez de outros tempos e permitiu a Luís Paulo uma tarde tranquila.
E mesmo sem ter tanto a bola, o contra-ataque do Caldas continuou a revelar-se perigoso. Depois de vários ameaços, Farinha apontou o terceiro a 11 minutos do apito final. O extremo não foi titular pela primeira vez esta época saltou do banco para voltar aos golos que lhe escapavam desde a quinta jornada.
MELHOR DO CALDAS
Leandro 3
O segundo golo do Caldas, de belo efeito, foi um dos bons apontamentos no jogo. Colocado, ‘no papel’, como ponta esquerda, foi um dos protagonistas do dinamismo que vinha faltando ao jogo do Caldas, pisando muitas vezes os terrenos centrais para dividir a batuta do jogo com Simões, outra figura em destaque no xadrez alvinegro. Nem sempre o último passe lhe saiu como queria, mas contou uma assistência para o terceiro golo.
PASSUCO, JOGADOR DO CALDAS
Trabalhei para isto
Foi um bom jogo da nossa parte, entrámos com força, fizemos o que o mister disse, ganhámos e fiz a minha estreia, foi muito bom. Começar o ano com uma vitória é muito bom e agora vamos trabalhar para somarmos mais vitórias. É o meu segundo ano de Caldas, estive na equipa B, fiz uma boa época e a recompensa foi estar aqui esta época. A estreia é importante para mim, tenho trabalhado para isto e viu continuar, outras oportunidades vão surgir.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Recebi muito apoio
Tínhamos dois objectivos: ganhar o jogo e jogar bem. Na primeira conseguimos as duas coisas, na segunda não tivemos tanta qualidade mas a vitória não esteve em causa. O que disse no último jogo era o que sentia, esteve em cima da mesa sair, tenho que agradecer aos jogadores que contribuíram para que a decisão fosse continuar, à direcção, e todo o apoio que recebi de muita gente. Era preciso fazer qualquer coisa, a análise que fizemos levou-nos a fazer mudanças internas, alterámos algumas rotinas, outra forma de estar no treino, alterar jogadores. Não há bodes expiatórios, o problema não era o Iuri e o David Silva, já temos o Hugo Neto a treinar e pode chegar pelo menos mais um jogador para a frente. A ideia é termos jogadores de características diferentes, que peçam mais profundidade e que sejam mais intensos.
RUI GAIVOTO, TREINADOR DO MAÇÃO
Má entrada
Não entrámos bem no jogo, nos primeiros 10 minutos escreveu-se o que seria o jogo em duas falhas nossas. Na segunda parte tivemos mais bola mas não fomos eficazes.
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Flávio Lima, AF Lisboa
Assistentes: Ricardo Azevedo e Emanuel Henriques
CALDAS 3
Luís Paulo [3]; Passos [3], Militão [3], Rui Almeida [3] e Cascão [3]; Paulo Inácio [3], André Santos [3] e Simões [3] (Bernardo Rodrigues [2] 73’); Leandro [3] (Passuco [1] 81’), Januário [3] (Farinha [3] 65’) e Silveira [3]
Suplentes: Rui Oliveira, Gaio, Marcelo, Matheus
Treinador: José Vala
MAÇÃO 0
Francisco Sousa; Simão Moreno, Luís Esteves (Litos 45’), Lelé e Tenta Maeda; Faia, Bruno Lemos e Tiago Vieira João Marchão, Patrick Igwe (Jean 75’) e Lucas Reis
Suplentes: Alexandre, Bruno Araújo, Rodrigo, Glady Mpia
Treinador: Rui Gaivoto
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Silveira 6’, Leandro 9’, Farinha 79’
Disciplina: amarelo a Tenta Maeda 34’, Leandro 69’, Bernardo Rodrigues 84’