Futebol – O Caldas resistiu 84 minutos…

O Caldas esteve muito perto de vencer em Mafra e isolar-se no comando da série. Os alvinegros estiveram à frente por dois golos, mas nos seis minutos finais o Mafra deu a volta ao marcador.
O Mafra entrou muito forte na partida e remeteu o Caldas ao seu meio campo no primeiro quarto de hora. Nessa fase um desvio de Campanholo ao lado, num canto, e um remate de longe de Vasco Varão para a primeira defesa de Luís Paulo anteviam uma tarde desinspirada do Mafra na finalização.
A partir daí a história foi outra. Após uma primeira saída ao minuto 16, o Caldas passou a dividir o encontro. Os pelicanos perceberam as diferentes fases de jogo, subiram e recuaram as linhas de pressão e defensiva, adequando-as às diferentes fases do jogo e começaram a sair com perigo. Ao minuto 19 o Caldas chegava à vantagem, quando Juary se precipitou a cortar um cruzamento para a área, na insistência de um pontapé de canto, e acertou na própria baliza. Após o golo o Caldas teve mais alguns que podiam ter resultado no segundo golo.
Meio atordoado pelo golo, o Mafra demorou 10 minutos a reagir. Campanholo teve então uma boa oportunidade, mas não conseguiu bater Luís Paulo. O jogo ficou dividido e até ao intervalo tanto uma como a outra equipa podiam ter marcado. Mas a grande oportunidade foi do Mafra, num canto em que Militão e Diogo Bento foram salvadores nos remates à queima de Campanholo e Goiano.
A segunda parte manteve o tom, com as duas equipas à procura do golo. No Caldas Januário teve o melhor remate, desviado pelo braço de um mafrense para canto. Do lado do Mafra os jogadores continuavam desastrados. Varão bem colocado fez um passe a Luís Paulo. Francisco Aguilar, mais tarde, acertou no poste. E Bruninho, acabado de entrar, travou Clemente na área para Johnny converter o castigo no segundo golo.
Aqui o jogo voltou a mudar. Morelatto deu uma cabeçada na má pontaria e marcou, na sequência de um canto. E as substituições tiveram efeitos inversos. Luís Carlos entrou bem no Mafra, no Caldas as saídas de Clemente e, sobretudo, de André Santos, fizeram os alvinegros perderem o controlo na zona intermédia. O Mafra carregou mais e deu a volta em dois minutos, com um livre cruzado de Vasco Varão que entrou directo e um outro que permitiu a Goiano finalizar com o pé na área caldense.

MELHOR DO CALDAS
André Santos 4
Luís Paulo, Diogo Bento e Clemente foram bons candidatos a melhor do Caldas, mas a acção de André Santos foi determinante na oscilação vertical da equipa, que manteve o Mafra a uma distância quase sempre segura. E a saída do médio (que jogou em esforço na segunda parte depois de uma entrada dura de Juary) acabou por ter um efeito contrário.

Farinha, jogador do Caldas
Resultado amargo
Foi um resultado amargo para o que fizemos, fomos organizados, estivemos muito bem em termos colectivos. Tivemos poucas oportunidades mas soubemos aproveitar e merecíamos ter ganho. Há que tirar o que de bom fizemos e melhorar os detalhes que permitiram a reviravolta. Na minha opinião acaba por ser injusto mas é difícil jogar aqui. O campo é pequeno, a equipa tem uma estatura alta, mas o que fizemos de bom foi muito mais do que fizemos de mau. Comecei a época com poucas expectativas mas tenho vindo a trabalhar, a dar o meu melhor e tudo vou fazer para continuar a jogar.

José Vala, treinador do Caldas
Vitória justa, bom jogo nosso
O Mafra entrou muito forte, tivemos a felicidade do primeiro golo, ganhámos confiança e podíamos ter marcado o segundo. Na segunda parte fizemos o segundo golo, sofremos de seguida golo que deu força ao Mafra. Sabíamos que o Mafra é forte nas bolas paradas e a entrada do Rony foi a pensar nisso. Acabaram por ganhar no que são fortes, foi uma vitória justa com um bom jogo nosso e se tivéssemos sido mais consistentes defensivamente podíamos ter conseguido outro resultado.

Pedro Silva, treinador do Mafra
Muitas oportunidades
Tivemos muitas oportunidades na primeira parte que não conseguimos concretizar. O Mafra merece a vitória, se perdessemos era injusto.