Substituiu Rui Almeida, que saiu em novembro, e quer dar seguimento ao bom trabalho
O Caldas tem, desde novembro passado, um novo coordenador técnico. Rui Almeida, que ainda acumulou o cargo, para o futebol juvenil, ainda como jogador e assumiu todo o futebol do clube após “pendurar as chuteiras”, deixa um legado importante, ao qual Carlos Santos, o novo coordenador, quer dar seguimento.
“O clube contactou-me em setembro ou outubro para saber da minha disponibilidade, porque ia haver uma saída. Tivemos várias reuniões, fiz várias perguntas, porque conheço bem o clube, mas quis saber como estava a situação, o porquê do Rui Almeida ter saído, explicaram-me que, basicamente, era cansaço, saturação”, conta Carlos Santos. “Falei com o Rui, ele acompanhou a transição, passou-me a pasta toda e continuo a falar com ele, porque estamos a falar de um clube enorme, que todos os dias nos coloca desafios”, acrescenta.
Entrar para este tipo de cargo com a época em andamento foi difícil. “Quando entrei, procurei entrar logo a “mil”, porque o barco já estava em andamento e foi um primeiro mês muito difícil, todos os dias aqui, a tentar resolver situações mesmo, e agora é deixar rolar, nem fazia sentido chegar e mudar tudo o que já estava feito”.
Carlos Santos diz que encontrou trabalho bem feito. “As coisas estão organizadas, estão estruturadas, o que era importante, agora é dar continuidade”, continua.
Com um passado ligado ao clube como treinador, Carlos Santos confessa que se foi preparando ao nível da formação para assumir um cargo destes. “Sempre procurei ter formação e melhorar vários aspetos, porque quem é treinador não se pode só preocupar com o campo, a técnica, a tática. Tirei duas pós-graduações, uma só mesmo de coordenação técnica, diretor de desportivo, diretor técnico, e depois tirei outra de scouting, também durante o ano”, conta.
Foi com satisfação que recebeu o convite do Caldas. “É o meu clube, venho ver os jogos desde sempre, também joguei aqui na formação, é um clube que me diz muito, obviamente. Quando saí, fui procurar novos desafios, novas aprendizagens que me enriquecessem e regresso claramente mais apto e mais capaz para desempenhar as funções”, acredita.
O percurso de Carlos Santos na área técnica começou há cerca de 20 anos na Ramalhosa, onde desenvolveu um projeto de formação. Passou pelos seniores do Alvorninha, no futsal, para depois voltar ao futebol no Gaeirense, onde treinou os juniores. Daí ingressou no Caldas, onde treinou vários escalões, num trajeto ascendente que conheceu maior sucesso ao levar os juvenis aos nacionais.
Esse trabalho de campo ajuda-o nas novas funções. “Os problemas que me apresentam eu já os senti, percebo e sinto quais são as dificuldades e como se pode resolver”, refere. O principal problema no Caldas é conhecido, é a falta de espaços para treinar, ao qual se juntam outros problemas do dia a dia. A função abarca um pouco de tudo, desde a comunicação entre os departamentos à parte da rouparia, a logística, o relevado.
O clube tem cerca de 360 atletas inscritos, mais alguns em processo de inscrição, perto de 20 equipas e de 50 treinadores.
Pela coordenação técnica passa também a definição das políticas desportivas e dos objetivos para cada escalão, processo que Carlos Santos já encontrou definidos.
Carlos Santos sente que o clube está a conseguir capitalizar na formação o mediatismo que a equipa sénior tem tido nas últimas épocas. “Os jogadores são referência uma para os mais novos, vê-se a alegria deles representarem o clube, de usarem a camisola com os nomes dos seniores e, quanto mais pequeninos, mais ilusão têm de lá chegar um dia. Acima de tudo, acho que a estrutura está montada para que possa haver essa possibilidade de chegar lá”, sustenta. ■