Joarsan – o homem que fundou vários clubes nas Caldas

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O Grupo Desportivo Boa Esperança foi o primeiro clube que este “caldense” criou, com apenas 11 anos. Mais tarde viria a fundar o histórico Futebol Clube das Caldas e ainda o Grupo Desportivo Joarsan

Joaquim Ramos dos Santos nasceu em 1937 no Reguengo Grande (Lourinhã), mas cedo, com apenas um ano, veio com a família viver para as Caldas, onde viria a fundar três clubes desportivos.
Com uma vida ligada ao desporto, teria apenas 11 anos quando decidiu criar o seu primeiro clube. “Sempre fui um apaixonado pelo desporto e vivia na Rua Henrique Sales, junto à Rua da Boa Esperança”, recorda Joaquim Ramos dos Santos. Criou então o Grupo Desportivo Boa Esperança. “Juntaram-se cerca de 30 miúdos, e tínhamos quotas e jogávamos contra o Bairro do Viola, São Cristóvão, entre outros”, lembra.
Posteriormente, foi jogar para o Ginásio Clube das Caldas até à extinção do mesmo. E é nesse preciso momento, quando o Ginásio desaparece, que decide fundar o seu segundo clube, o Futebol Clube das Caldas, criado na garagem da casa dos seus pais na Rua Formosa, no ano de 1955. “Quando o Ginásio acabou o sr. Orlando falou comigo e ficámos com os regulamentos do Ginásio Clube das Caldas no Futebol Clube das Caldas”, explica aquele que foi sempre o sócio nº1 do clube. “Foi com os meus ordenados que se compraram os primeiros equipamentos, que eram azuis, lisos”, conta. O Futebol Clube das Caldas, que era a filial nº31 do Futebol Clube do Porto, foi um dos grandes marcos da vida de Joaquim Ramos dos Santos, que lamenta o final que o clube viria a ter na década de 90 do século passado.
Ao longo da sua vida, este amante do desporto praticou atletismo (1500 e 3000 metros), lançamento de peso, ténis de mesa, râguebi, futebol e basquetebol, mas este último é que foi sempre o seu desporto favorito.
“Fui atleta e diretor dos três grandes clubes caldenses: Futebol Clube das Caldas, Sporting Clube das Caldas e Caldas Sport Clube, joguei oficialmente também no Ginásio Clube das Caldas e no Clube de Futebol “Os Belenenses”, realça num livro de memórias que publicou no último ano. Enquanto trabalhador do Thomaz dos Santos, que foi durante 16 anos, também ali fundou uma equipa de basquetebol. Jogavam, por exemplo, contra as equipas da Secla ou do Colégio Ramalho Ortigão. Mas tudo isso antes de criar o Grupo Desportivo Joarsan, com o nome inspirado nas iniciais do seu nome e que também já dava nome à sua empresa. Este projeto durou quase uma década, com as despesas a serem asseguradas pelo próprio.
Em termos profissionais, Joaquim Ramos dos Santos explorou vários armazéns e duas papelarias que ainda permanecem na memória de alguns caldenses: a Papelaria Áurea, junto aos Correios e a Papelaria Polana, na Praça da Fruta. Em Alcântara (Lisboa), na Rua José Dias Coelho, teve a livraria e editora Novidades Pedagógicas.
Joaquim Ramos dos Santos, que colaborou durante largos anos com a Gazeta das Caldas, na área do desporto, sempre gostou de ir assistir aos jogos de voleibol do Sporting Clube das Caldas, onde também jogou, ou de futebol do Caldas Sport Clube, mas hoje em dia, com 85 anos, já evita a chuva e o frio.
Atualmente vive com a esposa, com quem teve dois filhos, que já lhes deram cinco netos e 3 bisnetos. E, ainda hoje, continua a ser um apaixonado pelo desporto. “Passo os fins-de-semana a ver todos os desportos na televisão”, especialmente as partidas do seu Sport Lisboa Benfica. ■

Em 1955, antes da filiação do Futebol Clube das Caldas
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