Futebol: José Vala diz que é preciso manter veia goleadora e corrigir erros defensivos

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O treinador do Caldas destaca o equilíbrio nesta Liga 3
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Apesar de sublinhar o equilíbrio entre equipas, técnico passa mensagem positiva e só pensa no que o Caldas tem capacidade para continuar a fazer

O Caldas inicia este domingo a segunda fase da Liga 3, na qual vai disputar com Sporting B, Oliveira do Hospital, Amora, Pêro Pinheiro e 1º Dezembro a manutenção no terceiro escalão do futebol português. Numa entrevista conjunta da Gazeta das Caldas com a rádio Pensar Fora da Caixa, José Vala diz que é preciso focar no que a equipa fez de bom na primeira fase e, sobretudo, conseguir melhor equilíbrio entre o que o conjunto alvinegro fez a nível ofensivo e defensivo.
José Vala começou por falar do ambiente nos treinos da equipa depois de ter ficado de forma algo frustrante a apenas 1 ponto do apuramento para a fase de subidas. “Os primeiros treinos foram de facto, para todos nós dentro do grupo, recuperarmos e se calhar até aquilo que precisava mais de recuperar era o próprio treinador. Não é que não fosse algo previsível no final desse último jogo, mas só sentimos o embate quando termina mesmo e, de facto, era o fim”, contou. “Sentimos a realidade em que estávamos, custou um bocadinho”, disse, mas depressa o conjunto se concentrou na análise do que foi feito e no que era preciso melhorar.
Olhando para trás, José Vala prefere concentrar a análise nos 29 pontos obtidos na primeira fase, que foi o melhor desempenho de sempre da equipa na competição. “Já fizemos 30 pontos, mas com mais quatro jogos”, observou.
“As pessoas vão dizer que podíamos ter feito mais um ponto ali, mais dois ali, que fomos prejudicados no jogo Y, tentamos não nos centrar nisso, vamo-nos centrar, até para podermos evoluir, no facto de termos feito 29 pontos numa série muito equilibrada, com seis equipas muito semelhantes”, observou o técnico.
A Série B terminou com a Académica em primeiro lugar com 32 pontos e o Caldas em sexto a 29, e este equilíbrio na tabela espelha-se ainda em muitos resultados tangenciais. “Se nós analisarmos os resultados, muitos foram por margem mínima. No geral não houve uma equipa que sobressaísse e que fosse bem melhor do que as outras, como não houve uma equipa que fosse claramente fraca”, apontou José Vala.
Esse é um ponto importante para esta segunda fase, até porque alguns dos adversários do Caldas se reforçaram, como foi o caso do 1º Dezembro, e os 18 e 16 pontos que o Caldas amealhou na primeira fase em relação a esta e ao Pêro Pinheiro, passaram a três e quatro pontos. “Qualquer uma das equipas tem possibilidade de se manter na Liga 3”, disse o treinador do Caldas.
O Caldas enfrenta, na segunda fase, um grupo de equipas contra as quais, à exceção do Sporting B, à qual venceu as duas partidas, sentiu dificuldades para somar pontos, apenas 9 em 24 possíveis. “Os números dizem isso”, reconheceu José Vala, mas o técnico considera que esse pecúlio não espelha com rigor os jogos do Caldas contra esses adversários, nem que a equipa mantenha as dificuldades que teve no passado de assumir o jogo contra equipas que jogam em bloco recuado.
Na primeira fase, este foi mesmo o Caldas mais concretizador de José Vala, com 1,7 de média de golos marcados por jogo e o segundo melhor ataque da série, com golos apontados em todas as partidas. O técnico diz que houve um trabalho nesse sentido. “Queríamos de facto ser uma equipa mais concretizadora, com mais situações de sinalização”, contou. Mas o reverso também sucedeu, é a temporada em que a equipa mais sofre com o técnico ao leme, 1,42 golos por jogo.
José Vala diz que estão identificadas algumas razões para isso acontecer, dois em particular. “Houve jogos em que nitidamente tivemos muito espaço entre os nossos setores e não podemos ter, temos que estar mais juntos” e a equipa sofre “muito golos de cruzamento, em que a bola cai nas costas, na parte cega dos nossos defesas”, apontou o treinador alvinegro.
Para a segunda fase, José Vala quer mais equilíbrio, mas sem perder a veia ofensiva. “Estamos a incidir o nosso trabalho nesse aspeto de melhoria com o objetivo de sermos uma equipa que continua a marcar e que sofra menos nesta fase”, sustentou.
Quanto a possíveis reforços, José Vala descartou-os, também por dois motivos. O primeiro é que, para contratar alguém, teria que ser mesmo para acrescentar ao plantel. E, depois, porque “o Caldas não tem essa possibilidade”. O técnico focou ainda outro motivo para não mexer nesta fase, mesmo com a saída de Miguel Rebelo para o Moreirense. “Estou satisfeito com os jogadores que tenho”, rematou, acrescentando que alguns jogadores que foram bastante marcados por lesões, estão em condições de regressar.
De resto, mesmo depois da saída do médio, o Caldas terminou a primeira fase em crescendo, ao fechar a primeira fase com três triunfos consecutivos, incluindo contra a “besta negra”, o Pêro Pinheiro.
O que José Vala não deixou de frisar foi o papel dos sócios e adeptos do Caldas, que foi importante na primeira fase e será mais ainda na segunda. “A forma de poder motivar também os adeptos é idêntica ao que falámos no grupo de trabalho. No ano passado, a Académica foi mais falada na fase de manutenção do que na fase regular, porque foi construindo vitórias e nós queremos manter a onda de três vitórias consecutivas”, disse. Além disso, “queremos continuar a dar bons jogos, o Caldas tem, até nisso dos espectadores, essa marca construída e não é por acaso que o único jogo com a transmissão no Canal 11, é o nosso”, apontou. ■
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